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Projeto de diversificação é ampliado na região

Everson Boeck
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Construir um modelo de extensão rural apropriado para agricultura camponesa é uma das pautas de luta do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Neste sentido, a diversificação é uma das frentes que tem motivado a criação de diversos projetos que estimulam as famílias produtoras de tabaco a investir em outras culturas.
Na região, o MPA desenvolve o projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) em parceria com a Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (Cooperfumos). O projeto, considerado uma conquista do MPA, foi realizado entre os meses de maio de 2012 e agosto de 2013 beneficiando 1.600 famílias dos municípios Estrela Velha, Passa Sete, Lagoa Bonita do Sul, Segredo, Ibarama, Sobradinho, Arroio do Tigre, Candelária, Vera Cruz, Sinimbu, Herveiras, Vale do Sol, Gramado Xavier, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.
No dia 13 de fevereiro, o MPA e a Cooperfumos realizaram uma reunião de articulação e apresentação do projeto “Menos Tabaco, Mais Alimento: Agricultura Sustentável para diversificar o cultivo do tabaco”, já realizado durante o ano passado dentro do projeto Ater. Este ano a ação terá continuidade e acontecerá por meio de uma segunda chamada pública do Ater – a primeira foi em 2012 – e o número de famílias beneficiadas foi ampliado de 1.600 para 1.840. Esta primeira atividade teve como finalidade apresentar o projeto e articular parcerias na execução, como entidades municipais, cooperativas, prefeitura e secretarias além de identificar e mobilizar prováveis familiares produtores de tabaco que poderão vir a participar, bem como ajustar a proposta e apontar estratégias de ação.
De acordo com Fabiano Pisoni, membro da comissão técnica da Ater, o objetivo é incentivar as famílias a produzirem outras culturas além do tabaco. “Não queremos eliminar o plantio do fumo, que ainda é a maior fonte de renda da região. No entanto, precisamos incrementar outras fontes de renda para que os produtores não fiquem tão dependentes do tabaco no caso de uma possível diminuição de produção de fumo no futuro”, esclarece.
Pisoni acredita que as famílias podem olhar para suas lavouras com outro tipo de produção, além do fumo. “Muitas vezes, o produtor deixa de cultivar produtos para ir comprar na cidade o que ele mesmo poderia estar produzindo junto com o tabaco”, analisa.
O projeto “Menos Tabaco, Mais Alimento: Agricultura Sustentável para diversificar o cultivo do tabaco” prevê a promoção de atividades economicamente viáveise diversificadoras do cultivo de tabaco; assessoramento técnico; diversificação da produção agrícola; difusão de tecnologias voltadas à diminuição dos custos de produção; produção de alimentos saudáveis e variados, com qualidade e quantidade necessárias e suficientes, através de sistemas de diversificação de produção com enfoque agroecológico; alteração das condições econômicas, ambientais e culturais das famílias camponesas bem como nas comunidades; melhoria na qualidade de vida; igualdade de gênero, fortalecendo o protagonismo das mulheres na produção, gestão, comercialização e acesso às políticas públicas, reconhecendo-as como participantes ativas da economia rural; sustentabilidade ambiental; agroindústria da produção agregando valor.
Dentre as culturas que o projeto trabalha, conforme Pisoni, estão hortaliças, milho e feijão crioulo, sementes como gergelim e linhaça. “Todas essas podem ser produzidas na pequena propriedade. Ajudamos os agricultores a conhecerem melhor sua propriedade e apresentamos as técnicas que podem ser utilizadas. Não visamos impor mudanças, mas mostramos caminhos”, explica Fabiano. Os recursos para realização do projeto, em sua maioria, são do governo federal.
O profissional explica que esta primeira atividade visa apresentar o projeto, articular parcerias na execução, como entidades municipais, cooperativas, prefeitura e secretarias além de identificar e mobilizar prováveis familiares produtores de tabaco que poderão vir aparticipar, bem como ajustar a proposta e apontar estratégias de ação. “Quanto mais parceiros mais longe o projeto pode chegar e beneficiar muito mais famílias. Na primeira fase do projeto, realizada ano passado, conseguimos atender 1.600 famílias na região. Este ano, na continuidade da ação, o número foi ampliado para 1.840”, aponta Fabiano.

Cesar Machado/Agrostock

Milho é uma das culturas que estão sendo produziadas na pequena propriedade