Início Geral Proposta de reposição salarial gera protestos entre servidores

Proposta de reposição salarial gera protestos entre servidores

Fotos: Divulgação/RJ
Servidores da segurança pública vão discutir o
reajuste com o governo na segunda-feira, 4

Ana Souza
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Causou alvoroço a proposta do governo do Estado sobre o reajuste nos salários dos servidores públicos. O índice oferecido é de 6%, dividido em duas partes, uma retroativa a janeiro (1%) e o restante a partir de abril, e foi motivo de protestos do funcionalismo durante a semana. Da forma como foi apresentado, o projeto prevê um impacto anual de R$ 1,5 bilhão brutos a mais nas despesas públicas. Uma vez aprovado pela Assembleia Legislativa, o aumento poderá ter impacto de R$ 1,229 bilhão ao ser parcelado.


A proposta foi assinada pelo Conselho de Estado, que esteve reunido no Palácio Piratini na noite de quarta-feira, 30 de março, com o então ainda governador Eduardo Leite (PSDB), para debater o assunto e encaminhar à Assembleia para votação em caráter de urgência. O conselho é integrado pelos chefes dos três poderes, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria Pública.


Leite frisou que esta é a primeira revisão geral de salários proposta em 15 anos. O reajuste está sendo oferecido para todos os servidores, ativos e inativos. A justificativa para o índice de 6%, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado, é de que, se fosse equivalente à inflação de 2021, poderia colocar em risco o equilíbrio das contas e o pagamento dos salários do servidores, que está em dia.

EM SANTA CRUZ

A reposição salarial de 6% gerou desconforto entre dirigentes de sindicatos das diferentes categorias. Entre eles, os servidores do funcionalismo estadual em Santa Cruz do Sul, como os da segurança pública e os professores. O percentual de aumento é o mesmo para os servidores de todos os poderes, inclusive os de órgãos com autonomia financeira, sendo equivalente a pouco mais da metade da inflação de 2021.

Iara Bonfante, Júlia Souza, Cira Kaufmann e Lúcia Kroth
estiveram em Porto Alegre em defesa dos direitos da educação pública

Em frente ao Presídio Regional de Santa Cruz foi realizado um ato unificado com agentes da Polícia Civil e da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), intitulado “Dias do Diálogo da Segurança Pública”, na tarde de quinta-feira, 31, e que marcou o segundo dia de protesto, com cerca de 50 servidores. Eles reivindicam a reposição salarial das categorias de até oito anos.


“Fizemos em torno de uma hora e meia de manifestações, explicando para a população o nosso ato pelo reajuste salarial, tendo em vista que existe uma defasagem em cerca de três anos. Da Susepe são cerca de oito anos. O governo nos encaminhou uma proposta de 6%, mas esse índice é geral, incluindo os demais servidores do Judiciário, Legislativo, Defensoria Pública, enfim outros órgãos. Este reajuste linear não cobre nada, em razão da defasagem que estamos vivendo. Calculamos em torno de 27,5%, no caso da Civil, de reajuste desse período”, frisou o comissário de Polícia e secretário da Ugeirm/Sindicato (dos Escrivães, Inspetores e Investigadores do RS), Orlando Brito de Campos Junior. Em função das manifestações, foi marcada uma reunião do governo para esta segunda-feira, 4, a fim de discutir a proposta de reajuste com os servidores da área da segurança pública.


Já na tarde dessa sexta-feira, 1º, foi realizada a assembleia geral do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) em frente ao Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, em Porto Alegre. Do 18º Núcleo, foram 50 pessoas para o ato. “Está na nossa pauta de reivindicações, em primeiro lugar, uma reposição salarial justa, pois Eduardo Leite alardeou que pagou 32 % de reposição e, na realidade, isso não ocorreu, pois ele utilizou nosso próprio salário (parcela de irredutibilidade) para reajustar o subsídio. E essa estratégia fez a categoria ter reposição de 5,5% a 32%. Os funcionários não tiveram reposição nenhuma”, garantiu a diretora do Núcleo, Cira Kaufmann.