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Ressignificação da Consciência “Negra” Humana…

Ao falarmos em 20 de Novembro, normalmente opiniões divergentes surgem. Mas o Dia da Consciência Negra é marcado e enaltecido… há quem defenda esse dia como feriado, sendo uma forma de reconhecer e promulgar as lutas dos negros que estiveram à frente da Construção do Brasil, usando o força braçal, literalmente, para muitas de nossas obras tombadas como patrimônio histórico, seja municipal, nacional ou estadual. Há, ainda, os que pensam o contrário: que a data não tem nenhum significado, tão pouco compensa os descendentes dos escravos.

Essa dualidade sempre vai existir, mas não podemos esquecer que fomos o último da lista de países a acabar com a escravidão. Nossa sociedade, como um todo, foi resistente e demorou demais para aceitar a liberdade como um dos valores universais que conhecemos e a transformamos em falta de oportunidade e preconceito… que se intensificaram por uma longa passagem de tempo.

Se analisarmos o escopo de tudo, a escravidão, propriamente dita, está enraizada em nossa sociedade, pois constatamos a cada dia que homens, mulheres, crianças… continuam sendo escravizados, seja de forma física, seja pelos sentimentos de hipocrisia, pelo descaso, descrença… escravos de uma sociedade que prega uma moralidade inexistente… escravos de seus próprios medos.

De certa forma, equilibrar essa situação seria o ápice da questão. Sendo necessário oportunizar a todos o mesmo ponto de partida, as mesmas possibilidades, minimizando as históricas distâncias entre qualificação e ascensão profissional de negros e brancos no mercado de trabalho e na sociedade em si.

Ressignificar essa história, ressignificar o 20 de Novembro é essencial, afinal, a data simboliza mais que um simples feriado, uma data comemorativa ou a culminância de trabalhos em prol da causa… Essa ressignificação se dá a partir de uma (auto)reflexão sobre protesto, empatia, altruísmo, alteridades e aceitação dos outros e das diferenças. É um dia contra o preconceito de qualquer forma, seja ele de cor, raça, pele, nacionalidade, religião, cultura.

Que possamos repensar a conscientização de que todos somos iguais nos dois momentos mais marcantes da vida humana: o nascimento e a morte, e ressignificar a importância da vida em sua essência, a verdadeira essência: a humana.