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Segurança Pública: “Novo Cangaço” movimenta Santa Cruz

Assalto a banco e empresa de transporte de valores fizeram parte das ações na noite de segunda-feira

Fotos: Ana Souza

Ana Souza
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Tiros com munições de festim, explosões de rojões e muita adrenalina fizeram parte do simulado “Novo Cangaço” realizado pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP). A noite de segunda-feira, 12, movimentou o centro de Santa Cruz do Sul, o Bairro Goiás e as imediações do Parque de Eventos. Quem assistiu à ação viveu momentos que demonstram a realidade enfrentada pelos policiais no combate à criminalidade e testemunhou que o município tem um forte aparato de forças de segurança pública. Mais de 300 militares da região participaram do treinamento de forma presencial e remota.

Supostos assaltantes foram presos nas imediações do Parque de Eventos


Um grande público foi assistir às atividades ao lado da Praça Getúlio Vargas, além de líderes municipais e convidados. O foco foi a agência do Banco do Brasil, na Rua Marechal Deodoro, no Centro, e a sede da Protege Transporte de Valores, na Rua Júlio de Castilhos, Bairro Goiás. Na instituição financeira, “assaltantes” renderam vítimas com fuzis e pistolas. Na empresa, foi revivido o assalto protagonizado pela quadrilha de José Carlos dos Santos, o Seco, em 2006 na então Proforte – o criminoso liderava ataques a carros-fortes na época.

Assalto ao Banco do Brasil foi o ponto alto do simulado


O treinamento, realizado das 21 às 23 horas, faz parte do Plano de Defesa da Cidade (PDC), uma proposta pronta resposta da BM para enfrentamento de situações desse tipo. O modelo de crime conhecido como “Novo Cangaço” teve ocorrências praticamente erradicadas no Rio Grande do Sul a partir das ações da Operação Angico, da Brigada.
A simulação colocou em prática o plano tático de reação a ataques semelhantes aos registrados em Criciúma (SC), em abril de 2020, Araçatuba (SP), em agosto de 2021, e Guarapuava (PR), em abril deste ano. Além das guarnições da BM, a atividade contou com Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Instituto Geral de Perícias, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militares, Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Agentes do Bope adentraram a mata em busca dos assaltantes


Antes das ações, o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares; e os comandantes do CRPO/VRP, coronel Giovani Paim Moresco; do Batalhão de Choque do RS, coronel André Feliú; do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente-coronel Felipe Costa Santos Rocha; e do Batalhão de Aviação da Brigada Militar (BAvBM), tenente-coronel Leandro Brandão dos Santos, realizaram uma coletiva com a imprensa para detalhar o simulado.

Ação do Instituto Geral de Perícias: uma das etapas do treinamento


“Fizemos um grande planejamento. Todos os participantes fazem parte das forças de segurança. Presença dos três batalhões de nossa região (35º Batalhão de Cachoeira do Sul, 2º Batalhão de Rio Pardo e 23º Batalhão de Santa Cruz do Sul), com os efetivos regionais. A atuação do policial militar tanto na agência do Banco do Brasil, quanto na Protege, visou a manutenção da ordem pública, a preservação da vida e a aplicação da lei”, enfatizou Moresco.

Vítima sendo salva pelos policiais da Força Tática do 23º BPM


“Os batalhões estiveram envolvidos desde o planejamento até a execução”, completou Soares. “Foi uma demonstração para a população dos serviços que por ventura tenhamos que fazer caso haja um assalto. É um treinamento permanente e segmentado. Esse simulado é para demonstrar que a Brigada Militar está preparada para fazer frente a um evento dessa magnitude. Em 2022, foram registrados dois assaltos a banco no Estado. Das quadrilhas envolvidas, metade foi presa e o restante veio a óbito no confronto. Essa prática no interior do Estado reduziu em função da Operação Angico, operação mensal nas cidades e que visa a prevenção. O treinamento em Santa Cruz é a parte reativa quando falha a Operação Angico”, explicou o subcomandante da BM.