Sara Rohde
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Quem vem a Santa Cruz do Sul e passa pelas principais ruas do município se depara com muitas histórias e belezas, e entre elas está o Monumento ao Imigrante. O local faz parte dos pontos turístico da cidade e por trás dele estão Henrique Funk e Ilgo Emmel, duas personalidades que inspiraram o idealizador Bruno Franke e o projetista Hildo Müller. A partir de uma fotografia foi criado o painel em mosaico que mede onze metros de largura por três de altura, composto por centenas de cacos de ladrilhos, trabalhados com torquês e esmeril.
Localizado no entroncamento das Ruas Marechal Floriano e Galvão Costa, está o espaço que conta com o ano da fundação da colônia e o nome dos primeiros colonizadores, foi inaugurado em 25 de janeiro de 1969. Mas em 1994 houve reformulação e um chafariz foi implantado.
O mosaico é a imagem de um homem lavrando a terra e de outro a semeando. Os modelos são reais e a foto foi tirada há 50 anos. Quem está lavrando é o falecido Henrique Funk, pai da Vera Gorete Hermes. Já quem está semeando se encontra vivo, é o Ilgo Emmel.
Conforme Vera, o seu pai plantava nas terras de Curt Heuser que era um dos donos da Casa Kirst, mas ele plantava também nas terras do Bruno Franke da Souza Cruz. Franke e Funk eram muito amigos e aos finais de semana se deslocavam a Vera Cruz para corrida de cavalos. Funk era o Jóquei do Franke e uma amizade de confiança foi se criando.
“Como ele gostava muito do pai e tinha muita confiança nele, o escolheram para fazer essa foto e então decidiram fazer um Monumento do Imigrante. Pelo que dizem o pai ficou surpreso na época, falaram para ele: é hoje Funk que tu vai ficar famoso”, contou.
Conforme Vera, a fotografia foi tirada na antiga caixa d’água no bairro Várzea, quem desce a Gaspar Bartholomay em direção a Vera Cruz ao lado esquerdo. “Havia muitos registros e fotografias, mas elas foram se perdendo no tempo, pois foram usadas nas escolas e em projetos. A veracidade pode ser consultada em documentos históricos”, explicou. “Na época eu tinha quatro anos, mas lembro de tudo como se fosse ontem, pois estávamos sempre juntos com o pai. Morávamos na Bartholomay perto do seu Emmel”.
Para Vera, ver seu pai estampado em um dos pontos turísticos do município é um orgulho muito grande. “Pra mim sempre foi motivo de orgulho, tanto que minhas filhas quando saem à tarde ou à noite e eu pergunto onde estão, elas respondem no monumento do vô. Aí elas dizem que as pessoas olham e começam a rir pois ninguém acredita nessa história. É um grande orgulho saber que meu pai foi tão importante, pois ele era uma pessoa humilde, simples, ele era muito admirado pela sociedade”.
Vera disse que antigamente o local onde ela mora hoje na Rua Gaspar Bartholomay, eram terras. A Rua Madri na época era o caminho da carroça do seu pai e aquela área era roça.
“Inclusive onde se encontra a Frigideira Lanches, estabelecimento do meu marido, é uma parte da nossa terra. Tem a Rua Madri no meio e sobrou os terrenos da casa da minha mãe que no futuro queremos fazer algo que homenageie eles, pois eles eram muito bons”, disse.
Seu Ilgo Emmel hoje tem 69 anos e para ele os momentos passados são inesquecíveis. “Essa foto foi tirada por seu Bruno Franke e Hildo Müller lá embaixo na lavoura. Naquele momento estávamos plantando milho, não vou me esquecer de nada, foi tudo muito importante”, salientou. Emmel sempre comenta com as pessoas que é ele no mosaico do Monumento ao Imigrante. “Falo para muitos que sou eu ali, alguns acreditam, já outros não. Pra mim é um orgulho fazer parte da história de Santa Cruz do Sul. É bom. Fiquei famoso, mas fazer o que né, tem que ficar”, disse aos risos.














