Angelo Hoff: 'A característica comunitária é intocável'

LUANA CIECELSKI
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As universidades, para serem reconhecidas, precisam trabalhar com um tripé composto pelo ensino, pela pesquisa e pela extensão. Dois deles, o ensino e a pesquisa, são muito conhecidos. Mas a extensão, às vezes, necessita de um pouco mais de explicação. Você sabe do que se trata? Tem noção da quantidade de benefícios que a extensão pode trazer para você e para a sua comunidade?

De acordo com o Pró-Reitor de Extensão e Relações Comunitárias, professor Angelo Hoff, a extensão pode ser definida como “uma dimensão que estende, que leva para a comunidade, que faz uma aproximação entre o conhecimento produzido dentro da academia e a colocação dele na comunidade”. Todos os projetos de extensão precisam ter três características: devem envolver professores, alunos e a comunidade.

Na Unisc, Hoff aponta que há três grandes áreas de atuação. A primeira, mais conhecida e histórica é a dos projetos de extensão desenvolvido pelos professores. “Por exemplo, um professor da área de odontologia desenvolve um projeto que tem relação com os alunos da Apae. Ele faz a manutenção, prospecção e profilaxia da saúde bucal dos alunos da APAE. Ele envolve bolsistas e atende a comunidade da APAE”, explica o professor.

Nesse grupo se enquadram também o Gabinete de Assistência Judiciária (GAJ), o Projeto de Resgate da Revista Alto Falante, o Projeto Cestinha – muito conhecido – além de projetos de atendimento de gestantes e amputados, entre tantos outros. Nesse grupo, existem hoje 54 projetos de extensão e mais de 150 bolsistas envolvidos. 

A segunda categoria é a de oferta de cursos de extensão. “O curso de extensão é aquele de atualização, capacitação, de curta duração que a gente oferece e que é aberto à comunidade”. Há, por exemplo, dentro da área da Gastronomia, o Curso de Massas e Molhos; na área da Beleza e Estética, o curso de Design de Sobrancelhas; na área da Formação Profissional, o curso de Atendente de Farmácia. Nesse exato momento, são 47 opções com inscrições abertas.

E há uma terceira área, que são a dos projetos desenvolvidos em parceira com instituições externas, como órgão financiadores tais quais o Governo Federal, Estado e Município. “Eles nos contratam para prestar serviços e realizar atividades de extensão. Nós temos, por exemplo, o Protetor das Águas lá de Vera Cruz. É um projeto financiado pela iniciativa privada. Antes a Universal Leaf Tabacos e agora a Phillip Morris, nos contratam para desenvolver um projeto com professores e alunos na preservação das nascentes do Arroio Andréas”.

A soma destas três grandes áreas, de acordo com Hoff, é que dá efetivamente a característica comunitária da Unisc. “É isso que nos diferencia de outras instituições de ensino. Não é só uma escola que oferece um curso, o aluno vem na aula, paga e depois ai embora. Não, o aluno que participa de um projeto de extensão, tem um aprendizado e toda uma bagagem, uma formação muito mais completa”, destaca Angelo. Sem falar no benefício para a comunidade que recebe o atendimento, que faz o curso de extensão. Calcula-se que só em 2017, mais de 50 mil pessoas da comunidade tenha tido algum contato com a Unisc através da extensão. “Em uma cidade que possui pouco mais de 100 mil habitantes, isso significa muito, é praticamente a metade da população”, analisa.

E isso tem uma grande importância para a Unisc porque, como lembra Hoff, a Apesc, a Fisc e posteriormente a Unisc, nasceram da comunidade, de um esforço conjunto da comunidade. “Dessa forma, o desenvolvimento dessa característica comunitária é intocável para nós. Não podemos, não queremos e não vamos perder essa característica nunca”.