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Assembleia decide pelo fim da greve

Categoria se reuniu em Porto Alegre para decidir como deverá seguir

Grasiel Grasel
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Depois de 58 dias de paralisação em cerca de 1.530 escolas, chegou ao fim a greve do Cpers, sindicato que representa os professores estaduais do Rio Grande do Sul. Em Assembleia Geral realizada na terça-feira, dia 14, em Porto Alegre, uma votação vencida por 725 votos a 593 definiu que a categoria voltará às salas de aula para recuperar as horas do último ano letivo, bem como para iniciar o próximo em breve.
A categoria começou a greve pautando o atraso no pagamento de seus salários, problema que o governo Leite sofre para conseguir resolver, mas diz estar propondo as reformas necessárias para que a situação seja regularizada. As mudanças propostas, no entanto, acabaram virando combustível para as manifestações dos professores. Segundo o Cpers, esta foi classificada como “a maior (greve) das últimas décadas”.
A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, afirmou que a categoria volta às salas de aula para preservar seu salário e cumprir com seus compromissos com os estudantes e a comunidade escolar. “Saímos de cabeça erguida, para retribuir à sociedade todo o apoio e carinho prestado à nossa luta”, disse.
Em votação acirrada, a deliberação aprovada inclui a exigência do pagamento dos dias parados e a construção de um calendário de mobilização para “derrotar o pacote de Leite”. Outra votação foi realizada para definir se os professores aceitariam ou não a proposta de acordo do governo do Estado, que previa o pagamento dos dias parados mediante a recuperação das aulas e o posterior desconto dos valores ao longo de seis meses, no entanto, ele foi amplamente rejeitado.
De acordo com a diretora geral do 18º núcleo do Cpers, Cira Kauffmann, o fim da greve já era pautado pela maioria dos diretores de núcleos, pelo comando de greve e o conselho geral. “A greve é um dos instrumentos de luta e ela já tinha cumprido seu papel”, afirma. Ela explica que a votação foi mais acirrada porque muitos dos professores favoráveis ao retorno das atividades já estavam trabalhando e não puderam comparecer na assembleia.
Caso o governo convoque os deputados em sessão extraordinária no dia 27, a categoria realizará um ato estadual com instalação de acampamento e paralisação nos dias de votação. Em Santa Cruz do Sul, neste sábado, dia 18, representantes do 18º núcleo estarão na Praça Getúlio Vargas realizando uma panfletagem. O próximo passo definido pela categoria é retomar o diálogo com os deputados pela reprovação das reformas, bem como preparar os professores para eventuais mobilizações.
Na última quarta-feira, dia 15, os professores que voltaram a trabalhar já passaram a ter seus pontos retomados e a expectativa, dentro das possibilidades oferecidas pelo caixa do governo do Estado, é que eles voltem a ser pagos regularmente. A categoria deverá concluir as horas-aula que haviam ficado em aberto desde o início da greve e iniciar normalmente o próximo ano letivo.