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Preenchendo o vazio é a exibição de hoje

LUANA CIECELSKI
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Seguindo a temática do mês da mulher, a Associação Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul, exibirá nessa terça-feira, dia 13 de março, novamente um filme que tem importante relação com o mundo feminino. Na semana passada, o filme Além da Liberdade abordou a história da heroína birmanesa Aung San Suu Kyi. Nessa semana, o filme exibido é o primeiro de ficção sobre judeus ortodoxos dirigido por uma cineasta mulher. 

Trata-se do filme “Preenchendo o vazio”, da israelense Rama Burshtein. Ele foi lançado em 2012 em Israel e tem 87 minutos de duração. No enredo, somos apresentados à jovem Shira (Hadas Yaron). Aos 18 anos, quando está prestes a conhecer seu futuro marido, sua irmã morre durante o parto. Ela passa então a ser pressionada para que se case com seu cunhado, porque dessa forma o bebê não se afastará da família.

Após a morte da irmã durante o parto, a jovem Shira se vê diante de um dilema

Na crítica escrita pelo jornalista Marcelo Janot, em 2013, ele destaca que “tal sinopse poderia facilmente receber um tratamento de dramalhão folhetinesco, mas a diretora evita as armadilhas com diálogos precisos e criando uma ambiência que ressalta o confinamento físico e sentimental a que é submetida a personagem principal”. 

É uma história contada através do olhar feminino. Mas esse filme tem ainda outro aspecto muito interessante: não há um tom de denúncia sobre o comportamento social dos envolvidos, mas um tom de aceitação. A personagem enfrenta os mais diversos dramas e dificuldades, todos impostos pela cultura judia ortodoxa, mas ela não se rebela contra isso, apenas procura a melhor forma de lidar com os problemas.  

Dessa forma, o filme mostra a situação de Shira, que busca preencher o vazio deixado pela irmã, servindo como substituta, mas também preenche um vazio, uma lacuna no mundo cinematográfico, tanto pela forma como é contada a história de Shira, quanto pela direção feminina. “No fim das contas, ela consegue transmitir o recado de que Shira só difere de outras jovens de sua idade pelo contexto social e religioso em que vive, mas suas angústias sentimentais são parecidas com as de qualquer menina de 18 anos”, disse Janot. 

A sessão da associação acontecerá a partir das 20 horas na sede do Sindicato dos Bancários – Rua Sete de Setembro, 489. A exibição é aberta ao público e sua entrada gratuita. Após a mostra do média metragem, será realizado o tradicional debate a respeito do filme assistido.