LUANA CIECELSKI
[email protected]
Exercício de crítica social e um instigante drama sobre o comportamento humano em seu ambiente de vida e trabalho e, principalmente, em meio à criminalidade, o filme que será exibido nessa terça-feira, dia 22 de maio, pela Associação Amigos do Cinema é o “Sindicado de Ladrões”. Dirigido por Elia Kazan, e lançado em 1954 nos Estados Unidos, o longa metragem recebeu 12 indicações ao Oscar, levando para casa oito estatuetas, incluindo a de Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Roteiro.
O enredo, logo de cara, traz um assassinato planejado por Johnny Friendly (Lee J. Cobb), um gângster que também é o chefe do sindicato local, e por seu advogado Charley Malloy (Rod Steiger). Ambos usam um ex-boxeador – Terry Malloy (Marlon Brando), que é irmão de Charley – para atrair Joey Doyle (John F. Hamilton) até um telhado. Ali, dois capangas de Friendly empurram o homem para a morte. Tudo isso, porque ele era um delator. O ex-pugilista, porém, não sabia que isso iria acontecer e se vê envolvido em uma trama de criminalidade, com a qual ele não pretendia ter contato.
A partir desses fatos é que o enredo se desenvolve. A partir deles, também, é que uma série de questões são levantadas. Há, por exemplo, o drama de Terry, sobre conseguir fazer a coisa certa, mesmo quando as condições externas e internas não são favoráveis. Essa passa a ser sua luta particular a partir de sua culpa pelo ocorrido. Também é possível perceber uma forte crítica do diretor às organizações sindicais e comitês políticos viciados no lucro, que estão entregues à sistemas mafiosos e corruptos e que atuam por meio de desvios de arrecadação, cobranças indevidas e assassinato dos que ousam questionar o modelo vigente.
Na época de seu lançamento, o filme foi muito elogiado por sua estética. De acordo com o crítico de cinema Luiz Santiago, ela se aproxima do neorrealismo italiano e torna a história ainda mais forte. Também chama a atenção a música de Leonard Bernstein, presente no filme. “Louvável não só pelo perfeito papel na construção emotiva do filme mas também porque foi alternada com preciosos momentos de silêncio”, como explica Santiago, ela também ajuda a construir o cenário da história e facilita a compreensão das discussões sociais e políticas presentes no enredo.
As sessões da Associação Amigos do Cinema de Santa Cruz acontecem todas as terças-feiras, na sede do Sindibancários. O início das exibições é sempre às 20 horas e todas as sessões são abertas ao público com entrada gratuita.
