A tirania do intendente Sancho

LUANA CIECESLSKI
[email protected]

Prostituição, injustiça social, escravidão, trabalho infantil, exploração feminina, falta de humanidade. Esses são temas que podem ser visualizados no filme “O intendente Sansho”, de Kenji Mizoguchi, que será exibido na noite dessa terça-feira, 31 de julho, pela Associação Amigos do Cinema. Lançado em 1956 no Japão, ele possui 124 minutos de duração (cerca de duas horas). 
O enredo se passa no século 11 e nos apresenta à família de Taira (Masao Shimizu). Yushio, de 13 anos, sua mãe Tamaki, sua pequena irmã Anju, e uma serviçal, atravessam o Japão para se reencontrar com o pai, um antigo governador que caiu em desgraça e teve de se exilar, por ter tomado o partido dos camponeses desafiando a autoridade militar nacional. 
Em meio a essa viagem, porém, enganados por uma velha sacerdotisa e por barqueiros mal-intencionados, as crianças são separadas da mãe e crescem como escravas num domínio pertencente ao ministro da Justiça e comandado por mão de ferro pelo cruel intendente Sansho. Já a mãe é vendida e obrigada a se prostituir na ilha de Sado. 
Um dos aspectos interessantes é o desenvolvimento de Yushio, o personagem principal do filme. Ele procura se adaptar ao meio, até por questões de sobrevivência e adaptação, mas acaba influenciado em sua forma de pensar. Após anos de escravidão, ao invés de odiar cruel intendente causador de sua dor, ele o toma como uma figura paterna e passa a seguir seus passos, adotando até mesmo atitudes cruéis. É então que, buscando lembrar ao irmão dos valores de seu antigo pai, a jovem Anju decide agir, levando a história para um caminho surpreendente. 
A exibição, assim como acontece semanalmente, acontecerá a partir das 20 horas, na sede do Sindibancários, em Santa Cruz do Sul. A entrada para as sessões é gratuita.