
Rosibel Fagundes
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A possibilidade de o comércio de Santa Cruz do Sul abrir aos domingos e feriados gera impasses e divide opiniões na cidade. Durante uma assembleia do Sindilojas realizada na última sexta-feira, 25, os lojistas demonstraram interesse em abrir o comércio aos domingos e feriados, nos mesmos moldes do acordo realizado com a Havan. A proposta de acordo com o presidente do Sindilojas, Mauro Spode deve ser encaminhada nesta terça-feira, para o Sindicato dos Comerciários para que seja debatida. “No final de setembro recebemos uma proposta do Sindicato dos Comerciários, e realizamos uma assembleia na semana passada para estabelecermos uma posição. A assembleia foi dividida em duas partes, onde uma tratou sobre a convenção coletiva e a outra sobre horário natalino. Quando a Havan veio para se instalar aqui, nossos lojistas optaram por não participar do adendo. Mas agora, eles querem que isso seja negociado. O horário é livre em Santa Cruz para quem quiser abrir aos domingos, porém apenas com mão de obra patronal. Para os demais, falta um entendimento entre os dois sindicatos para viabilizar esta questão”, afirmou.
Se aprovada a alteração, Spode declarou, “o lojista não é obrigado a aderir a neste horário diferenciado. Mas, nós como sindicato desta categoria entendemos que é o papel do Sindilojas oportunizar para aqueles que queiram abrir”, finalizou. Nesta semana, o presidente do Sindillojas afirmou que uma proposta deverá ser entregue ao Sindicato dos Comerciários, para que o assunto seja debatido.
No entanto, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz, Afonso Schwengber, deixa claro, que não concorda com a medida. “Esta alteração de horário é um tiro no pé. Nunca fomos contrários a vinda da Havan, mas não achamos certa a maneira como as negociações aconteceram. Durante as assembleias realizadas deixamos bem claro que os lojistas que já estavam estabelecidos não queriam trabalhar aos domingos. O Sindilojas concordou. Então, não adianta agora só porque estão sentindo, querem um acordo nos moldes da Havan. Se tiver demanda nos meses de dezembro nós concordamos. Mas, no resto do ano não há demanda para abrir aos domingos. Eles queriam tanto uma loja aberta aos domingos. Já temos, a Havan! Somos contrários a abertura aos domingos do comércio e os nossos trabalhadores também. Este dia, nós queremos para a família, para descansar. As mulheres querem conversar com seus filhos, seus maridos, querem passear. Não precisamos abrir as lojas”, garantiu.
Segundo Schwengber, o prazo para o acordo coletivo termina na próxima quinta-feira, dia 31 de outubro. Se não houver uma proposta até a data, o assunto deverá ser votado apenas no ano que vem quando ocorrer uma nova convenção coletiva.
A abertura aos domingos e feriados também não agrada a vendedora de uma loja de artigos de decoração localizada na rua Tenente Coronel Brito. A mulher de 38 anos, que pede para não ser identificada afirma que não gostaria de trabalhar aos domingos. “Domingo é o único dia que a gente tem para ficar com a família, com os filhos e sair. Mesmo que eles paguem um extra, eu não gostaria”, concluiu.














