Rosibel Fagundes
[email protected]
Um balanço apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul nesta semana revelou que somente este ano 11 cachorros foram diagnosticados com leishmaniose no município. Os casos foram registrados nos bairros Bom Jesus, Belvedere, Higienópolis, Renascença, Progresso, Ana Nery, Margarida, Santo Inácio e Arroio Grande. Em humanos, três casos suspeitos foram registrados como explica o secretário Régis de Oliveira Júnior. “Em 2017, foram apenas seis casos suspeitos, já em 2018 o município não apresentou nenhum registro. E este ano, embora os três resultados dos exames realizados tenham sido negativos, as pessoas apresentavam sintomas semelhantes à doença e podem ter ido a óbito por outra comorbidade. E como forma de prevenir a doença iremos nos próximos dias realizar testes gratuitos e a distribuição de 400 coleiras com repelente. O material será destinado aos protetores de animais, ONGS e moradores em situação de vulnerabilidade social. É muito importante também, que os casos de Leishmaniose visceral canina sejam notificados ao Setor de Vigilância Sanitária do município para que medidas sejam tomadas. Estamos realizando assim como foi feito na dengue, uma área de bloqueio e monitoramento das áreas onde constam animais infectados, para acompanhá-los.”
É importante também que os tutores ou proprietários de animais desconfiem de alguns sintomas que os animais podem vir a apresentar caso estejam infectados: aumento de volume dos gânglios linfáticos, crescimento exagerado das unhas, perda de pelo, úlceras e descamação da pele, emagrecimento, hemorragias nasais, além de machucados e feridas na orelha. Outra particularidade, é que os animais infectados apresentam problemas oculares como secreção persistente e incômoda nos olhos.
Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária, enfermeira Lizete Plotzki, como medida de segurança os animais que apresentam estes sintomas devem ser encaminhados para uma avaliação. “Para diagnosticar a leishmaniose canina é feita a coleta de sangue e testes sorológicos. Somente assim a doença poderá ser confirmada ou descartada. Em caso de resultado positivo, o animal deverá receber um tratamento específico e a Vigilância Sanitária deverá ser comunicada”, afirmou.
A leishmaniose canina permanece sem cura total. O tratamento promove uma cura clínica e epidemiológica. Em humanos, os sintomas se apresentam através da febre irregular e prolongada, anemia, indisposição e perda de peso. A secretaria de Saúde informou que nesta semana foi realizada uma reunião com os profissionais e médicos para tratar sobre a questão do fluxo de atendimentos e diagnósticos de pessoas que buscarem a rede básica de saúde com sintomas da doença.
Diante do quadro de alerta, a comunidade deve se precaver e tomar algumas medidas contra a Leishmaniose Visceral. Uma delas, é o combate ao inseto transmissor que pode ser feito com a limpeza periódica dos quintais, a retirada da matéria orgânica em decomposição, além de outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, e com isso possibilitam o desenvolvimento dos mosquitos. O lixo orgânico também deve ter um destino adequado. Os animais para estarem protegidos devem fazer uso de coleira repelente que afasta o mosquito. A recomendação é que em qualquer suspeita da doença a Vigilância Sanitária seja informada. A lei municipal de maio de 2019, determina que todo o caso de leishmaniose deverá ser notificado à Vigilância Sanitária por médicos e profissionais vinculados a estabelecimentos públicos e privados podendo sofrer penalidades caso a medida não seja cumprida.
A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, ela é causada por parasitas do gênero Leishmania. A transmissão acontece por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito palha. As fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados (gambás ou equinos) e depois picam o homem, transmitindo a Leishmaniose Visceral.














