Grasiel Grasel
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Nem sempre a universidade tem sido um ambiente de desenvolvimento pessoal dos estudantes de graduação. Por vezes, a pressão do ambiente universitário e o modelo de sociedade com altos níveis de exigência dentro e fora do mercado de trabalho são motivo do surgimento de problemas emocionais. De acordo com a V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), 83,5% dos alunos admitem ter alguma dificuldade emocional.
A pesquisa, promovida pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada em maio deste ano, apontou que 32,4% dos estudantes de graduação e pós-graduação estão ou já estiveram em atendimento psicológico, destes, 39,9% já usaram ou estão em uso de medicamentos psiquiátricos. Ainda mais preocupante são os 4,9% que já usaram ou usam tais medicamentos sem nunca terem consultado um profissional.
A ansiedade é um dos maiores problemas relacionados à saúde mental, com 6 em cada 10 estudantes já diagnosticados, no entanto, ela chega a evoluir para casos mais graves por diversas vezes: 10,8% dos estudantes disseram já ter pensado em morrer de alguma forma e, preocupantemente, 8,5% diz ter pensamento suicida, um número 4,5% maior em relação à mesma pesquisa realizada no ano passado.
UNISC OFERECE APOIO
Na Unisc, o principal órgão capaz de atender estudantes que sintam a necessidade de buscar ajuda psicológica profissional é o Núcleo de Apoio Acadêmico (Naac). O foco do núcleo são questões relacionadas a dificuldades emocionais, de aprendizagem e/ou recursos de acessibilidade, oferecendo uma equipe multiprofissional capaz de acolhê-los.
Conforme afirma Daniela Nobre, psicóloga do Naac há cinco anos, a procura por ajuda tem se intensificado bastante, especialmente em 2019. Ela diz que aparentemente este não é um caso isolado da universidade ou do país, “isso é um reflexo do contexto que estamos vivendo. No mundo todo o índice de suicídios aumentou muito, principalmente entre jovens e em alguns casos até mesmo crianças”, explica.
PEÇA AJUDA
Em casos em que o núcleo não possui a estrutura necessária para atender o estudante, um encaminhamento adequado a um profissional da rede privada ou ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), sempre tendo o cuidado para envolver da forma correta o curso do aluno para que o problema seja compreendido e também sua família, “é muito importante que este paciente tenha um apoio familiar em casa”, diz Daniela.
A psicóloga explica a importância de o estudante estar atento a si mesmo, perceber seus sentimentos e suas emoções, como está seu ânimo diante das suas rotinas, motivações e objetivos. Após essa análise, caso perceba que não está bem e que se sente triste e desmotivado, o aluno deve buscar ajuda de alguém próximo e também de um profissional da área da saúde. “Não guardar esses sentimentos só para si, compartilhar e buscar apoio são atitudes fundamentais!”, diz ela, apontando que nem sempre pessoas próximas poderão perceber que o estudante não está bem.














