
Rosibel Fagundes
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O aparecimento frequente de morcegos em residências e prédios é comum nas áreas urbanas, principalmente no início da primavera e do verão, período de reprodução e de crescimento dos filhotes. De acordo com a médica veterinária Daniela Votto Klafke, da Vigilância Sanitária de Santa Cruz, são várias as situações que podem estar relacionadas com o aumento destes animais na área urbana. “Uma delas é o desmatamento, as pessoas invadem o habitat natural destes animais que desalojados acabam migrando para as cidades e passando a ter hábitos urbanos. Fora isso, temos duas outras questões como a iluminação pública que atrai um grande número de insetos, que é o principal alimento desta espécie. Outra questão é a nossa engenharia, especialmente no que diz respeito aos telhados que não são planejados de forma adequada para evitar que estes animais entrem. Então, é aqui na cidade que os morcegos encontram oferta de alimentos e abrigo adequado”, declarou.
A médica veterinária alerta a população sobre alguns cuidados no manejo destes animais para evitar acidentes e principalmente a transmissão do vírus da raiva. “Este tipo de morcego não ataca, apenas em caso de defesa. O ataque pode ocorrer quando se ele se sente ameaçado. Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, que pode ser transmitido através da mordedura, arranhadura e lambedura feita em animais domésticos, como cães e gatos. Os morcegos também são agentes transmissores da histoplasmose, doença respiratória transmitida pela inalação de partículas fúngicas que estão presentes em suas fezes secas. Por isto alertamos, aquelas pessoas que tem o hábito de subir no forro de suas casas ou outros locais onde suspeitam que seja um abrigo destes animais, é recomendado que a limpeza seja feita utilizando-se luvas, máscaras e óculos de proteção. Outra possível transmissão é da salmonelose, doença letal adquirida pela ingestão de alimentos contaminados com fezes”, advertiu Daniela.
Ainda de acordo com ela, mesmo que sejam considerados transmissores de doenças para os seres humanos, a legislação brasileira protege os morcegos pelo fato deles terem um importante papel ecológico. “É proibido matar morcegos, trata-se de um crime ambiental. A multa pode chegar a R$ 5 mil por animal morto. Eles são extremamente importantes para a natureza. Existem espécies que se alimentam exclusivamente de insetos, outras de frutos, néctar, pólen e parte das flores. Eles são responsáveis pelo controle das populações de insetos, pela regeneração de áreas e auxiliam na reprodução de plantas, por meio da polinização e dispersão de sementes”, afirmou.
A remoção destes animais de prédios e residências deve ser realizada apenas por empresas especializadas. A Vigilância Sanitária orienta, que caso seja encontrado um morcego caído no chão, durante o dia ou em locais ou horários não habituais, deve-se evitar contato com o animal. O mesmo deverá ser colocado dentro de uma caixa ou balde e encaminhado para que a Vigilância Sanitária realize exames a fim de verificar se a morte do animal está relacionada com alguma doença que pode pôr em risco o ser humano”, explicou Daniela.














