Nelson Treglia
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A Bélgica eliminou o Brasil com vitória por 2 a 1, em Kazan, nesta sexta-feira, 6 de julho.
Fernandinho (contra) e De Bruyne marcaram os gols da Bélgica. Renato Augusto descontou.
Neste sábado, acontecem os outros dois jogos das quartas de final: Suécia x Inglaterra (11h) e Rússia x Croácia (15h).
Os belgas avançam à semifinal da Copa Rússia 2018, onde enfrentarão a França na próxima terça-feira.
Vamos procurar refletir sobre o que os belgas tiveram a mais em relação ao Brasil:
MAIS EFICIÊNCIA TÉCNICA: Contra o Brasil, a Bélgica mostrou uma qualidade de jogo superior à brasileira, na troca de passes e construção das jogadas ofensivas. Os belgas procuraram aproveitar os espaços no meio-campo brasileiro, não se precipitaram e foram mais inteligentes na passagem da bola do meio para o ataque. Tiveram um discernimento maior para encontrar o colega de equipe e entregar-lhe a bola, visando com velocidade a jogada de finalização.
MEIO-CAMPO MAIS ENCORPADO: O meia mais ofensivo da Bélgica, Hazard, é colocado no ataque, pelo lado. Além dele, três jogadores marcam, de fato, no meio-campo. No Brasil, o meia mais ofensivo, na escalação inicial da partida, era Philippe Coutinho, um dos três componentes do meio-campo. À frente dele, três atacantes. Sem contar que, entre os três do meio, Paulinho esteve presente, ele que atualmente é um meio-campista ofensivo. Renato Augusto, que entrou no segundo tempo e marcou o gol brasileiro, poderia ter sido titular contra a Bélgica, dando mais força ao meio-campo.
TÍTULOS CONTAM, MAS É PRECISO PENSAR MELHOR A CONCEPÇÃO DE JOGO: Tite é um dos técnicos que ganharam mais títulos no futebol brasileiro. Estaduais, Copa do Brasil, Brasileirão, Libertadores, Sul-Americana, Mundial… O técnico espanhol Roberto Martínez, que comanda a Bélgica, de importante só venceu uma Copa da Inglaterra em 2013, por um time pequeno, o Wigan Athletic, contra o milionário Manchester City. Porém, a estrutura tática belga foi mais forte em termos de meio-campo, na comparação com o Brasil.
TIME ADAPTÁVEL A OUTRO ESQUEMA: O Brasil joga em um 4-3-3 bastante típico, e a Bélgica aposta numa defesa que varia de três zagueiros (quando ataca) para cinco defensores (quando defende). Mas a Bélgica se adaptou para enfrentar o Brasil. Espelhou-se ao esquema brasileiro e transformou seu esquema também em um 4-3-3. A Bélgica soube adaptar-se ao adversário, e este foi um dos seus trunfos para vencer.
O CENTROAVANTE É IMPORTANTE: Parafraseando a banda Skank, “o centroavante é o mais importante”. Lukaku é um dos principais goleadores da Copa. Não marcou contra o Brasil, mas impôs respeito à defesa brasileira, com capacidade física e boa técnica. Jogou pela ponta-direita contra o Brasil (é normal esse deslocamento do centroavante no futebol de hoje).
