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Associação de Cicloturistas será criada

LUANA CIECELSKI
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Muito em breve Santa Cruz do Sul contará com uma associação de cicloturistas. A ideia vinha sendo pensada e conversada há cerca de dois meses e nas próximas semanas deverá, finalmente, começar a tomar forma. A iniciativa é de um grupo de amigos e clicloturistas como Demétrio de Azeredo soster, Luiz Faccin a Fernanda Antonio, entre outros. A primeira reunião do grupo deverá acontecer no dia 26 de maio, próximo sábado, durante o 3º Encontro de Cicloturismo de Santa Cruz do Sul. 
O evento está marcado para iniciar às 18h30 no Amsterdam Choperia e Bar, localizado na Rua Marechal Floriano, 365. Na oportunidade, como aponta Demétrio, será anunciada a criação da associação e também já será marcada a primeira assembleia para que sejam discutidos detalhes. As bases de funcionamento da agregação, entretanto, já foram mais ou menos pensadas. A associação de cicloturistas deverá funcionar com base em três eixos principais. 
O primeiro norteador de atuação será mais simbólico, como define Demétrio. “Ele está ligado ao processo de transformação, de autonomia e emancipação do cicloturismo”. Estará relacionado com atividades que serão realizadas para os membros, à uma rede de apoio estabelecida, à divulgação do cicloturismo, etc.
O segundo eixo será mais pecuniário, sistêmico. Funcionará tendo em mente que o cicloturismo gira todos os anos grandes quantias de dinheiro em todo o mundo, principalmente no que se refere ao turismo (hotelaria, alimentação, visitação), mas também no que se refere à vestuário, treinamento, aquisição de equipamentos, etc. 
E o terceiro eixo, por fim, estará ligado às políticas públicas. “Se forem construir ciclovias, vamos querer ser consultados, vamos querer dar nossa opinião. Também queremos fazer um trabalho no sentido de melhorar as estradas do nosso Estado, já que muitas estão em péssimas condições, não possuem acostamento, etc”, explica Demeétrio. Além disso, esse eixo também estará ligado a um trabalho de oferecer mais informações. “Queremos que os pontos de informação turística tenham um trabalho voltado também para aqueles que estão viajando de bicicleta, informando onde há hospedagem, alimentação e outros serviços úteis a eles”. 
Com tudo isso, a associação pretende fazer de Santa Cruz do Sul uma espécie de polo do cicloturismo, aproveitando a localização central da cidade dentro do Rio Grande do Sul, e também todo o movimento que já existe por aqui em relação ao ciclismo e ao cicloturismo. “Queremos mostrar que Santa Cruz é amigável ao cicloturista”. 

O encontro

Essa primeira reunião de divulgação da associação de cicloturismo acontecerá durante o 3º Encontro de Cicloturismo de Santa Cruz do Sul. Na terceira edição do evento, a fala será do próprio Demétrio de Azeredo Soster que relatará sua experiência com a Operação Valparaíso, quando pedalou, em janeiro de 2018, desde Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, até Valparaíso, no Chile, enfrentando, no caminho, a Cordilheira dos Andes. Um total de 1.877 quilômetros pedalados em 14 dias.
Esses encontros vêm acontecendo desde dezembro de 2017 em Santa Cruz do Sul e o principal objetivo deles é o compartilhamento de histórias a respeito de viagens feitas sob duas rodas. Eles são sempre abertos ao público e uma ótima oportunidade para aqueles que têm curiosidades, estão querendo saber mais sobre o assunto ou mesmo fazer viagens com suas bikes. 

Cicloturismo em números

Nos Estados Unidos, de acordo com o relatório ‘The outdoor recreation economy’, são movimentados anualmente cerca de 97 bilhões de dólares com o cicloturismo. Desses 83 bilhões são derivados de gastos diretos de cicloturistas. Essa movimentação toda ajuda na manutenção de mais de 848 mil vagas no mercado de trabalho. 
Já na Europa são cerca de 44 bilhões de euros movimentados todos os anos com o cicloturismo, segundo informações da European Cyclists Federation. Por lá, há registro de que seja realizadas anualmente cerca de 2,3 bilhões de cicloviagens. Tanto que, um ciclovia de 70 mil quilômetros (a EuroVelo) será construída no continente. 
No que se refere ao Brasil, ainda não há pesquisas e dados confiáveis em relação ao cicloturismo. 

Todos os anos, milhares de pessoas saem em viagem por meio do cicloturismo