Grasiel Grasel
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Iniciadas em agosto do ano passado, as obras da ponte que liga o distrito de Monte Alverne à localidade de Júlio de Castilhos finalmente poderão ser retomadas. A previsão inicial de conclusão havia ficado para dezembro de 2018, mas devido a entraves burocráticos e períodos de fortes chuvas, a Prefeitura acredita que só poderá finalizar os trabalhos em novembro. O motivo da retomada da empreitada? A queda de um poste da rede elétrica.
A nova ponte, que visa substituir outra que caiu em 2016, será mais resistente e mais alta do que a provisória que hoje atravessa o Arroio do Castelhaninho. O objetivo é possibilitar a passagem de caminhões com cargas de mais de 40 toneladas que por vezes transportam produtos como fumo e leite de moradores da localidade de Linha Júlio de Castilhos.
Em dias de chuva a água sobe acima do nível da ponte provisória, impossibilitando a travessia de quaisquer veículos ou pessoas e, para chegar até a região central de Monte Alverne, os moradores precisam esperar baixar ou mudar sua rota indo por outras estradas. Luiz Ricardo Metz, auxiliar de produção na Refrigerantes Xuk, conta que atravessa o arroio todos os dias para ir trabalhar, mas quando chove ele leva cerca de 45 minutos a mais para chegar no trabalho, pois precisa ir por São Martinho, o que lhe obriga a mudar totalmente a rotina.
Ao longo do último ano, problemas relativamente comuns em uma obra pública acabaram paralisando os trabalhos na ponte. O mais recente envolvia um poste de luz, que ficava em uma posição perigosa para a construção da ponte, portanto, em abril ela foi paralisada até que a rede fosse movida. A partir deste ponto inicia-se uma guerra burocrática entre a RGE e Prefeitura de Santa Cruz.
Desde o ano passado a Prefeitura vinha tentando encontrar meios de fazer a RGE trocar o poste, mas, segundo funcionários do setor responsável na Prefeitura, a empresa cobrava do poder público os custos do serviço, pois o poste que estava no local era de concreto e somente os de madeira são trocados gratuitamente. O custo para realizar a troca era alto e a suposta forma de pagamento não seria a mais comum em um processo de contratação de serviços do poder público, com um simples boleto, que dificilmente seria pago dentro de seu prazo de vencimento pela demora que envolve movimentar o valor elevado no caixa do município.
Não existem meios legais de exigir a troca da RGE sem custos ao município, pois ela só tem como obrigação a instalação de novas redes e manutenção das antigas, ficando o deslocamento de fios e trocas de postes como responsabilidade do realizador da obra, neste caso a Prefeitura, que pode pagar tanto à concessionária quanto uma empresa terceirizada para realizar o serviço.
Depois da última solicitação de deslocamento da rede elétrica movida à RGE, que acabou vencendo em maio, a Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos já havia iniciado um processo de contratação de uma empresa terceirizada, no entanto, enquanto fazia a análise e encaminhamento do contrato, o poste caiu na última quinta-feira, dia 25, com a erosão do terreno provocada pelas fortes chuvas, deixando os moradores da região sem energia e obrigando a concessionária a fazer a troca, pois a manutenção da rede é de responsabilidade dela.
A ponte é um projeto de autoria do secretário de Obras e Infraestrutura, Leandro Kroth, que é engenheiro civil. A construção está sendo executada com mão de obra e materiais da secretaria, utilizando apenas recursos próprios do município. Somente um serviço ligado à fundação da ponte foi terceirizado, pois a Prefeitura não possui uma máquina de bate-estacas necessária para o processo.
Com uma previsão do tempo mais favorável no mês de agosto, o secretário Leandro acredita que na próxima semana os trabalhos serão retomados. A pretensão, caso o clima ajude, é de que a obra seja finalizada e a ponte entregue até o final de novembro. Com um vão de 20 metros e uma altura média de 7 metros, esta é a maior ponte já construída no interior do município.














