
Rosibel Fagundes
[email protected]
Estacionar próximo de bares e casas noturnas de Santa Cruz pode custar caro. Não é de hoje que a atuação de guardadores irregulares de veículos ou flanelinhas como também são conhecidos, tem incomodado quem tenta estacionar na área central durante a noite em especial no trecho que compreende as ruas Borges de Medeiros e Marechal Deodoro. No entanto, a prática está cada vez mais ousada e quando não satisfeitos com o valor recebido eles chegam a ameaçar e agredir os motoristas.
Na semana passada, um dentista de 31 anos, foi agredido após se negar a entregar o telefone celular para um suposto cuidador de carros. Segundo a vítima, Leonel Severo a situação aconteceu por volta das 2 horas de quinta-feira, 8, após ele sair de uma choperia e retornar para pegar o carro que estava estacionado na Rua Borges de Medeiros. “Um homem veio na minha direção e exigiu por dinheiro. Dei uma quantia. Mas, insatisfeito ele puxou a carteira da minha mão e começou a vasculhar por mais. Ele então exigiu que eu entregasse o meu telefone celular. Foi quando ele com um objeto pontiagudo que estava por baixo do moletom, veio para meu lado e pressionou contra a minha barriga. Daí em diante, passou a me ameaçar. Disse que tinha saído do Presídio e caso eu não desse o que estava pedindo iria me matar”. Ao percebeu que o instrumento que o homem portava não se tratava de uma faca a vítima reagiu. “Quando eu vi que era uma chave de fenda eu reagi e entramos em luta corporal. No meio da confusão e sem querer acabei encostando o braço na buzina do carro, por sorte despertei a atenção de um rapaz que estava próximo e veio socorrer. Com isso, o criminoso conseguiu fugir”. De acordo com Severo, o criminoso de aproximadamente 30 anos, é moreno claro e possui tatuagem tribal na mão esquerda atua frequentemente na área central como flanelinha e, é conhecido também pela prática de outros crimes.
Leonel Severo teve pequenas escoriações durante a confusão, ainda não registrou o caso na Delegacia de Polícia. No entanto, o depoimento dele nas redes sociais ganhou repercussão nos últimos dias, com diversas reclamações e situações de motoristas que se sentem intimidados com a ação dos flanelinhas no Centro. A publicação resultou em 105 comentários e 708 curtidas (até o fechamento desta matéria).
A responsabilidade por fiscalizar este tipo de atividade é da Guarda Municipal, que ao confirmar a situação poderá acionar a Brigada Militar ou a Polícia Civil. A prática de cobrança é irregular no município e pode acarretar multa ou até três meses de prisão. Em caso de ameaça ou agressão para conseguir dinheiro ou outro bem material, a situação pode se caracterizar como crime de extorsão e a pena mínima é de quatro anos de prisão. Segundo o coordenador da Guarda Municipal, Estor Luiz Iochims, a orientação é que os motoristas não contribuam com estes pagamentos irregulares. “Aqui em Santa Cruz a atividade de guardador de veículos não tem legalidade. Não temos informação ao certo sobre quantos flanelinhas existem no município. Mas sabemos que pela quantidade de ocorrências formalizadas com testemunhas e com a nossa presença, existem vários que atuam”. Ainda conforme ele, é imprescindível que os motoristas ao constatarem a presença de flanelinhas acionem a Guarda Municipal pelos telefones 3719-6354 ou 153 ou a Brigada Militar pelo 190, para que estas pessoas sejam identificadas e punidas. “Pedimos para que a comunidade não contribua mesmo que seja com pequenas quantias ou de forma espontânea, pois desta forma estarão incentivando a permanência dos flanelinhas”, finalizou o coordenador da Guarda Municipal.














