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Conselho da Mulher conquista Casa de Passagem Regional

Reunião anual da Rede foi realizada na última quarta-feira no auditório do Sindibancários

Sara Rohde
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Na última quarta-feira, 28 de agosto, aconteceu no Auditório do Sindicato dos Bancários a 6ª Reunião da Rede. O encontro anual realizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Santa Cruz (CMDM) tem o objetivo principal de integrar e divulgar os serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência. 
A presidente do CMDM, Iara Bonfante ressaltou a importância da reunião. “Reunimos lideranças que trabalham com mulheres vítimas de violência uma vez por ano para apresentarmos os serviços que são oferecidos em Santa Cruz do Sul. Na verdade é um bate-papo com as pessoas da Rede para se obter mais conhecimento do que é feito, o que pode ser feito, uma troca de ideias. A gente propôs esse encontro desde 2008 e voltamos a realizá-lo em 2013”, enfatizou.
Uma das lutas do CMDM é tornar a Casa de Passagem de Santa Cruz do Sul um órgão regional, já que atualmente o local abriga e atende somente mulheres e seus filhos menores de 18 anos residentes no município. Uma luta que o CMDM vem buscando há tempo, pois nos municípios próximos da região não há Casa de Passagem e quando ocorrem tentativas de feminicídio e agressões, as mulheres não têm onde se abrigar. O local de sigilo iniciou as atividades em 2011 e desde a fundação até este ano já acolheu 101 mulheres com risco de morte.  
Esta ideia foi debatida durante reunião e segundo a secretária de Políticas Públicas (Sepop), Guiomar Machado, a partir de agora a Casa de Passagem Regional é realidade. “Estamos envolvidas na prevenção, na orientação ou no atendimento e todas nós estamos aqui pelo mesmo objetivo, não permitir mais que aconteça tanta violência contra as mulheres. E hoje venho anunciar que a Casa de Passagem será regional. Todo esforço está sendo colocado nisso, agora o próximo passo é reunir os municípios para definir detalhes. Essa luta a gente já venceu”, ressaltou. 
Além da Casa de Passagem o Escritório de Defesa da Mulher também foi um dos assuntos da reunião. O órgão governamental consolidado em 2001 realiza um trabalho importante de prevenção e de apoio. É vinculado à Sepop e tem o objetivo de prestar assessoria, encaminhar providências e acompanhar a solução de problemas nas questões que dizem respeito à defesa dos direitos da mulher, além de apresentar ações, definir prioridades para o município e elaborar sugestões para o CMDM e para a Sepop. Somente neste ano até agosto foram prestados 96 atendimentos no escritório e foram realizadas 24 palestras.
Estiveram presentes representantes da Brigada Militar que integram a Patrulha Maria da Penha, um dos importantes serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência. De acordo com a soldado Júlia é essencial que a BM continue dando essa assistência e continue nessa luta incansável de auxiliá-las. “Percebemos o quanto essas mulheres precisam da gente, têm a necessidade e a carência de um olhar, nos questionamentos que a gente faz a grande maioria quer a nossa presença, quer continuar na Rede”. Conforme Júlia o atendimento é muito importante antes, durante e após a violência.
A ex-presidente do CMDM e atual representante do INSS no conselho, Susana Gaab, ressaltou alguns serviços que fortalecerão o atendimento às vítimas de violência. Um exemplo é a legitimação da Coordenadoria da Mulher no município que foi extinta há mais ou menos dois anos em uma votação realizada na Câmara de Vereadores na calada da noite. “A coordenadoria está a caminho e ela é essencial para que seja possível buscar projetos”. 
Outro assunto discutido que vai auxiliar as mulheres é a implantação de uma sala de atendimento específico às vítimas na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA), já que a Deam atende somente em horário de expediente. E na DPPA é necessário implantar o Formulário Frida – de Avaliação de Risco, o qual a vítima de violência deve preencher no momento da ocorrência explicando questões de agressão, que ajudará a Rede a reconhecer os riscos. 
Outro ponto abordado é a capacitação às agentes de saúde que deve começar em torno de um mês, já que as profissionais são as responsáveis por perceber o estado emocional, psicológico e de saúde das vítimas. Haverá capacitação jurídica, psicológica, assistencial, justamente para dar um atendimento específico para cada mulher.