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Coronavírus: Primeiro paciente já não apresenta sintomas

A partir do momento em que a máscara é utilizada, ela tem duração de até duas horas

Ricardo Gais
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O segundo caso suspeito de Covid-19 em Santa Cruz do Sul, foi comunicado em coletiva de imprensa na manhã do dia, 3, na Secretaria Municipal de Saúde (Sesa). O indivíduo não teve sua identidade revelada por motivos éticos e morais, assim como o primeiro caso. 
Os dois pacientes não possuem nenhuma relação, sendo que o primeiro paciente não apresenta mais os sintomas da doença, e inclusive, segundo protocolo do Ministério da Saúde, já está liberado do isolamento domiciliar. Os exames do primeiro paciente, que foram levados para o Laboratório Central do Estado (Lacen) deram resultado negativo para vírus circulantes, por isso, na segunda-feira, 2, os exames foram encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para teste específico do novo coronavírus.
O segundo caso suspeito é de um paciente que estava em viagem na Itália e que começou a apresentar os sintomas da doença no último dia 25. Por iniciativa própria do paciente, ele entrou em contato com a Vigilância Epidemiológica para relatar seus sintomas. A coleta de secreção nasofaríngea foi realizada no dia 29, e enviada no dia 2 de março para o Lacen. Se descartados os testes para vírus comuns como gripe A, a amostra será encaminhada à Fiocruz. 
Pessoas que os dois suspeitos tiveram contato nos últimos dias, até o momento não apresentam nenhum sintoma, portanto, não se têm motivos para manter estas pessoas em isolamento domiciliar ou em monitoramento. Mas a partir do momento em que for detectada alguma alteração, e estas pessoas sentirem sintomas do Covid-19, prontamente a Secretaria Municipal de Saúde tomará as devidas providências, conforme disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Luciane Weiss Kist.
O secretário municipal de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, anunciou na coletiva a criação de um grupo de trabalho para realizar ações que irão envolver as secretarias de Educação, Políticas Públicas e Assistência Social. Serão emitidas orientações sobre o coronavírus e também serão debatidas em escolas públicas, estaduais, municipais, privadas, além de cozinhas comunitárias de Santa Cruz, outras questões sobre doenças como o HIV.
O infectologista Marcelo Carneiro comenta que o coronavírus comparado com a influenza, que é a gripe, tem um número de mortalidade e riscos de pessoas ficarem doentes muito maiores. “As outras doenças continuam acontecendo, nós estamos entrando no inverno aqui no Rio Grande do Sul, o que gera uma preocupação maior de gripe,” ressalta. 

Cuidado com as fake news

Com o surgimento do novo coronavírus, a disseminação de inúmeras informações compartilhadas pelas redes sociais a respeito da doença, muitas vezes nos faz observar com mais atenção e ficar em dúvida se são verdade ou não.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 6.500 notícias já chegaram à central de fake news do ministério e 85% delas são compartilhadas no WhatsApp. Dentre os materiais compartilhados estão vídeos, fotos e matérias fakes.
Durante coletiva, Régis de Oliveira Júnior salientou a importância dos veículos de comunicação repassar à população notícias com fundamento e dados corretos do Covid-19, até para que se evite criar pânico no município. 
Superstições, remédios caseiros, fórmulas de combate ao coronavírus como utilizar mel com limão e whisky, são informações que não correspondem com a verdade. Régis salienta a importância do trabalho da imprensa e disse que para qualquer informação, sejam consultados os canais oficiais de imprensa e principalmente do Ministério da Saúde, que inclusive está desmentindo as fake news.
Em Porto Alegre há uma situação que está sendo investiga pelo Ministério Público sobre um centro religioso que estava propondo a unção para que os fieis fossem protegidos da doença, o que não é verdade. Métodos religiosos, cura por remédios e chás caseiros não funcionam e não previnem contra o coronavírus.
Os métodos eficazes para prevenção, como já divulgado várias vezes desde o surgimento da doença, são simples e práticos: lavar várias vezes ao dia as mãos, cobrir nariz e boca com lenços descartáveis ou utilizar a dobra do cotovelo ao espirrar ou tossir, não tocar nos olhos, nariz e boca e evitar tocar em locais que possam estar contaminados. 
O uso de máscaras apenas será necessário em quem apresentar sintomas da doença e estiver em locais públicos, mas recomenda-se que esse cidadão permaneça em casa, e evite sair na rua. 
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Luciane, disse que não há motivos para que a população “corra” às farmácias, compre máscaras descartáveis e comesse a usar na rua e escolas, tendo em vista que isso pode causar medo nas pessoas. Luciane ainda comenta que, a partir do momento em que a máscara é usada, ela tem duração de até 2 horas, pois ao conversar, gotículas de saliva ficam expostas, o que a torna inútil após certo período de uso.