
Sara Rohde
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Agosto inicia e com ele começam as campanhas de amamentação. É o Agosto Dourado, mês dedicado especialmente para intensificar as ações de incentivo ao aleitamento materno. Um assunto importante que deve ser falado todos os dias.
A amamentação é o laço entre a mãe e o bebê, é a troca de energia entre os dois, um momento sagrado que deve ser respeitado. E não importa o lugar, se for em casa ou em locais públicos, amamentar é preciso, amamentar é necessário.
O leite materno é o alimento exclusivo para bebês até os seis meses, antes deste período nenhum outro alimento é necessário, ou seja, é a fonte de nutrição essencial para o desenvolvimento e crescimento e é recomendado até os dois anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), além dos benefícios orgânicos, pois transmite anticorpos da mãe para o bebê, a amamentação pode evitar problemas fonoaudiológicos, de respiração, audição, deglutição e psicomotoras, além de diminuir os riscos de pneumonia, otite, diarreia, sobrepeso e diabete. O leite materno também aumenta o quociente de inteligência (QI) da criança. E os benefícios são para as mães também, pois as mulheres que amamentam diminuem as chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
A Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM) iniciou no dia 1º de agosto e segue até amanhã, dia 7, mas a campanha com o tema ‘Capacite os pais e permita a amamentação, agora e no futuro!’, segue intensa neste mês.

Uma história de amor
Para a mamãe Mitiele Majewski Correa, de 29 anos, amamentar é um ato de amor. Mãe de duas crianças saudáveis, o Magno de dois anos e a Maia de quatro meses, a amamentação de ambos trouxe e traz muitos benefícios. “Amamentei meu primeiro filho Magno durante um ano e dez meses, somente com leite materno. Tive que parar porque engravidei novamente e minha obstetra achou melhor, pois o bebê na minha barriga precisava mais naquele momento, eu aceitei mesmo sabendo que a amamentação tem muitos benefícios”, salientou.
Mitiele atualmente amamenta sua bebê Maia e ela pretende dar leite materno até seus dois anos. Ela é completamente a favor da amamentação, porque além de ser a melhor vacina para seus filhos contra qualquer doença, é a melhor forma de mostrar o quanto ela os ama. “É um elo muito forte, uma conexão sem igual, um momento precioso de uma mãe com seu filho. Eu aproveito cada momento, cada mamada para olhar, admirar, dar carinho, amor, afeto, tudo que eles precisam para se desenvolver”.
E a Maia é muito calma, disse Mitiele, e este questionamento é feito frequentemente pelas pessoas que perguntam o que ela faz para acalmá-la, pois a filha não chora e é bem tranquila. “Eu simplesmente respondo que deve ser a amamentação, porque nesses momentos eu tento ficar relaxada, calma, mostrar todo meu amor por ela. Acredito muito em energia, só de estar perto de alguém você já sente a energia da pessoa, imagina estar conectada através da amamentação. Nosso estado emocional passa para o bebê, tudo passa, então tento deixar fluir o melhor de mim nesse momento sagrado”.
E apesar de não ser fácil como ela mesmo diz, devido a dor e ao cansaço, é um momento, um esforço que vale a pena para as mães que tem esta oportunidade. “Não tem alegria maior do que ver as pessoas que amamos felizes e saudáveis. Permita-se desfrutar desse momento mágico. Amamente!”.

Uma história de amor II
Nem todas as mães podem amamentar, uma realidade que não é possível para todos os laços maternos. É o caso da Grasiele Grasel, mãe da pequena Gabrieli de oito meses. Ela não pode amamentar, mas essa falta não deixou de conectar as duas.
Grasiele descobriu que tinha lúpus em seus 15 anos e desde lá usa medicamentos diariamente. Lúpus é um distúrbio crônico que faz o sistema imunológico produzir anticorpos em excesso e quando produzidos em grande concentração, atacam o organismo e provocam inflamações e lesões em vários órgãos. O lúpus não tem cura, por isso seu tratamento é controlado através de medicamentos.
No ano passado, aos 30 anos, Grasiele decidiu engravidar, após muito planejamento. Sua bebê nasceu em dezembro com 34 semanas, pesando 1,580kg, medindo 39,5cm, e ficou 18 dias no hospital. Assim que a Gabrieli nasceu veio a preocupação, a amamentação. Como a mãe tem lúpus, a médica a orientou de não dar leite materno, pois os medicamentos usados para o tratamento podiam chegar ao leite e o recomendado e mais seguro era o leite NAN. “Foi uma gravidez difícil pelo fato de eu ter lúpus. Quando ela me falou que não poderia amamentar senti um aperto no peito, mas ela me disse uma coisa que nunca esqueci, que eu seria uma ótima mãe de mamadeira, e levo esta frase comigo até hoje”, disse.
Para Grasiele seria ótimo amamentar sua filha, mas, já que não pôde, deixa um recado importante para as outras mães: “quem pode, deve amamentar pelo máximo de tempo possível seu filho, pois o melhor alimento é o leite materno”. E não foi a falta da amamentação que a impediu de exercer o papel de mãe, “não me considero menos mãe por não ter amamentado, pois a Gabrieli se adaptou muito bem ao leite que ela toma, e graças a Deus ela é muito saudável. Acho que cada uma deve aproveitar o momento da amamentação com seu bebê, cada uma com sua realidade, seja alimentando seu bebê no peito ou na mamadeira, pois é um momento mágico”, finalizou.
A Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo (Unimed VTRP) realizou na última quinta-feira, 1º de agosto, a primeira edição do evento ‘Amamentar’, com o tema ‘Amamentar com amor e com apoio faz a diferença’. A programação contou com painéis simultâneos, que reuniram experiências e dicas práticas de pais, mães, especialistas e influenciadores digitais. O objetivo foi de levar reflexões sobre a desromantização da amamentação e mobilizar os homens para a importância do suporte para a companheira que amamenta. O evento foi realizado na sede da Cooperativa Médica, em Lajeado.














