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Aluno disputa vaga em competição mundial

Cristiano (à dir.) ganhou junto do colega Emerson Moraes a etapa seletiva nacional em julho de 2018 em Brasilia

A WorldSkills é a maior competição de educação profissional do mundo e está prestes a começar para Cristiano Nunes. O aluno de 18 anos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Santa Cruz do Sul (RS) deve representar a escola na ocupação de robótica móvel. Ele está em Brasília para um período de treinamentos desde o dia 13 de janeiro e vai buscar uma vaga na equipe brasileira durante a 45ª edição do torneio mundial em Kazan, na Rússia. Este ano, a disputa ocorre entre os dias 22 e 27 de agosto na cidade do leste europeu.
Mas a relação de Cristiano com a competição vem de alguns anos atrás. Após uma entrevista de emprego no final de 2015 na filial de uma indústria em Santa Cruz do Sul (RS), ele começou a trabalhar como menor aprendiz durante o ensino fundamental II, com 15 anos. No início de 2016, a empresa chamou o jovem para o serviço. Com a parceria entre o SENAI e a companhia, Cristiano pôde fazer o curso de eletricista de manutenção eletroeletrônica na instituição de ensino.
“É uma coisa muito importante pelo fato de que algumas vezes a gente não se dá conta do quanto a gente pode ir adiante. Até quando surge uma oportunidade dessas, se tu se esforçar, as oportunidades vão acabar surgindo”, comenta.
Em 2017, o agora competidor, estava no terceiro módulo de eletrônica, quando surgiu a chance de participar da etapa escolar das seletivas da Olimpíada do Conhecimento. Os quatro primeiros alunos foram escolhidos para formarem duas duplas na escola, e ele acabou campeão junto de um colega. Após ganhar a etapa seletiva nacional, em julho do ano passado, em Brasília, Cristiano ainda teve a oportunidade de representar o Brasil na delegação que foi para a WorldSkills América, que ocorreu em outubro de 2018 em Santiago, no Chile.
“Na hora da competição, se não tem harmonia entre a dupla, não funciona nada. O foco foi bastante importante para mim, mesmo com o pessoal passando em volta. Eu acho que a gente consegue passar bem o que está sentindo para o outro, qual é a dificuldade, se tem como resolver algum problema. A gente ainda tem muito para evoluir nesse período de treinamentos para a WorldSkills”, recorda.

Treinamentos

O instrutor de Cristiano, no período de treinamentos, é Paulo Villiger, que já participou de sete edições de WorldSkills como expert. Em 1997, ele foi para Saint Gallen, na Suíça na modalidade de mecatrônica. A mesma ocupação que o levou para Seul na Coreia do Sul, em 2001. Já em 2009 ele foi para Calgary, no Canadá, na modalidade do jovem competidor de robótica móvel.  Daí em diante, seguiu na mesma ocupação em Londres (2011), Leipzig, na Alemanha (2013), São Paulo (2015) e Abu Dhabi (2017). Ele conta os conselhos que tem dado ao competidor, mesmo com contato recente.
“A partir do final da seletiva, com a vitória dele, a gente começou um trabalho com uma preparação para a competição mundial. O nível de exigência é muito maior, então a gente começa a exigir mais em termos de conhecimento. Fazer com que eles busquem capacitação em outras áreas, não só na área de programação, área de mecânica, de eletrônica. Fazer com que eles ampliem os horizontes de conhecimento deles”, analisa.

(*Por Pedro Marra)