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Ano letivo inicia com mudanças

Ricardo Gais
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Após o final do ano letivo de 2019 ter sido marcado pela maior greve de professores e funcionários do funcionalismo do estado. O ano letivo de 2020 começa com preocupações dos professores e funcionários em relação às mudanças de disciplinas e horários no currículo escolar.
Em entrevista, Cira Maria Gassen Kaufmann, diretora do 18º Núcleo do Cpers, disse que todas as leis aprovadas neste inicio de ano, na Assembleia Legislativa, estão sendo estudadas, pois impactam na vida dos trabalhadores do funcionalismo, como por exemplo: a volta da contribuição de professores já aposentados e a retirada de alguns benefícios. Cira comenta sobre outro grande desafio que a categoria terá de enfrentar: a nova matriz curricular, aprovada via decreto pelo governo, que afetará desde a educação infantil até o ensino médio. “Uma matriz curricular não construída com a categoria e conselho estadual de educação. Entendemos que a matriz curricular tenha alguns problemas: primeiro que ela foi feita pelo governo, não ouviu a comunidade escolar envolvida e não respeitou a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Ele (Eduardo Leite) não levou nada disso em conta e autorizou e publicou essa nova matriz curricular”, salientou Cira. 
Sobre a nova matriz curricular, Cira ressaltou que todas as escolas estão sendo orientadas a fazer estudos e a chamar o conselho escolar para discutir o projeto, pois afeta diretamente na diminuição de disciplinas e horários dos professores.
O ano escolar, segundo Cira, será de mobilizações. Na última greve que durou 56 dias, ela não foi considera irregular e os dias letivos foram todos recuperados, porém, o governo descontou os dias parados. “Nós vamos além da mobilização jurídica para cobrar esses dias, vamos fazer uma mobilização política e fazer com que o governo nos pague, pois é um direito nosso”, comentou. 
Serão várias as demandas para esse ano, após as novas leis do funcionalismo e, a volta da contribuição de professores aposentados, segundo Cira, é apontada com algumas contradições com a legislação da reforma da previdência, aprovada pelo Governo Federal. O que irá gerar grandes debates ainda neste ano.
A avaliação dos professores estaduais em relação ao governo de Eduardo Leite, não é das melhores, devido aos fatos que vem ocorrendo, como o novo pacote de medidas, já aprovado e futuros projetos, em que o Cpers já está ciente, como um que prevê a diminuição dos serviços ofertados pelo funcionalismo. “Nos próximos três anos desse governo, nós estaremos extremamente mobilizados para evitar mais prejuízos como ele já tem apontado para as escolas estaduais”, disse Cira.
A terceirização das escolas estaduais, privatização e fechamento de escolas do campo e horários noturnos, também são preocupações para o Cpers. Está prevista também, segundo Cira, a extinção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), que termina com o financiamento para a educação e não repassa mais aos municípios um valor por cada aluno matriculado em escola estadual.
Para os professores estaduais, se torna um ano de incertezas com o governo e a coordenadoria da educação está fazendo um gerenciamento na questão profissional. “O ano se inicia com muita tensão para os trabalhadores da rede estadual”, finalizou Cira.