
Nelson Treglia
[email protected]
Natural de Rio Pardo e ex-morador de Santa Cruz do Sul, Clayton Tomaz da Luz atualmente é barbeiro no Mato Grosso do Sul. Na capital daquele estado, Campo Grande, ele desenvolve projetos que alcançaram projeção internacional. Um desses projetos é a revista ‘Mundo Xadrez’, dedicada a assuntos relacionados ao universo da barbearia. A revista, disponível no site www.paletoxadrez.com.br, ganhou repercussão primeiramente fora do país e depois passou a ser conhecida dentro do Brasil.
Clayton também realiza um projeto que tem origem em Londres, na Inglaterra, com o intuito de prevenção ao suicídio. Em 2002, o agora barbeiro teve uma passagem pela redação do ‘Riovale Jornal’, e na entrevista a seguir, ele fala a respeito das suas atividades atuais. Confira:
Riovale – Clayton, por que escolheu a profissão de barbeiro? Como isso aconteceu?
Clayton – Eu estava na Argentina e tinha que retornar ao Brasil. Foi então que decidi que queria me tornar empresário e poder decidir quando trabalhar e aproveitar mais a viagem. Quando fiz o curso, percebi que havia me apaixonado pela profissão, não se trata simplesmente de efetuar um corte, vai muito além. Estamos falando em transformar, aumentar a autoestima das pessoas, definir características particulares.
Riovale – Você acabou criando uma revista sobre barbearia. O jornalismo é uma paixão sua?
Clayton – Sempre gostei de escrever. Escrevi vários livros, inclusive em Portugal, mas essa paixão trago desde o tempo do ‘Riovale Jornal’, onde aprendi a escrever de forma correta e imparcial. Hoje sou grato pela passagem que tive neste jornal, pois sem ele a revista não existiria.

Riovale – A revista acabou ganhando uma repercussão internacional? Como isso aconteceu?
Clayton – Na realidade, ela começou com entrevistas de barbeiros internacionais, como Celso Barber (Portugal) e Salvo Corigliano (Itália), entre outros. Isto fez com que houvesse a necessidade de ser em três idiomas. O fato dos barbeiros internacionais escreverem para a revista, fez com que ela se destacasse lá fora para depois começar a ser lida aqui no Brasil.
Riovale – Agora você realiza um projeto para combater o suicídio? Quem convidou você a fazê-lo e como funciona esse projeto? Esse projeto tem origem em Londres e é praticado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul? Explique para nós.
Clayton – O convite partiu do próprio idealizador do projeto, Tom Chapman. O Lions Barber Collective é uma coleção internacional dos melhores barbeiros do mundo que se uniram para ajudar a aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio. O projeto tem o apoio do príncipe William, da Inglaterra, e de muitas pessoas importantes no cenário mundial.
Para mim é uma honra poder representar o The Lions Barber Collective, e levar não somente para as barbearias de Campo Grande (MS) mas de todo o Brasil e América Latina, este projeto que visa identificar possíveis pessoas com depressão e possíveis suicidas. O projeto visa preparar os barbeiros para orientar e encaminhar tais pessoas à ajuda humanitária e assim salvar vidas. Demos início na cidade de Campo Grande aqui no Brasil, mas já estamos nos organizando para levá-lo a todos os estados brasileiros e países da América Latina.
Riovale – Você nasceu em Rio Pardo e morou em Santa Cruz do Sul. Quais as lembranças que você tem daqui? Está morando em Campo Grande, certo? Como é a vida aí?
Clayton – Estou há pouco mais de três anos em Campo Grande. Fui bem recebido, recebi uma menção honrosa da Câmara de Vereadores por levar o nome da cidade e da barbearia a vários países. Hoje me sinto um homem realizado através do meu serviço e da revista Mundo Xadrez. Mas claro, amo o Sul. Minha educação, formação e paixão, tudo iniciou aí. Sempre procuro saber como vão as coisas por estas bandas. Espero um dia voltar, não sei se para Santa Cruz do Sul ou Rio Pardo. Mas por onde eu for, seja América ou Europa, sempre lembrarei e farei menção das minhas origens.














