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Elas adaptaram as comemorações na quarentena

Sem poder encontrar com os amigos ou abraçar a família, aniversariantes precisaram improvisar

Grasiel Grasel
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Fabiana conversou com as amigas pela internet, por chamada de vídeo – Arquivo pessoal

O distanciamento social vem sendo uma necessidade dura para muitos, em especial para os que necessitam constantemente do contato humano, que sentem saudade de um abraço ou até sonham com o beijo do par romântico. Da mesma forma, neste período os aniversariantes estão tendo que comemorar de uma maneira diferente, não mais reunindo as amizades ou saindo para viajar, como é o caso das santa-cruzenses Fabiana Piccinin e Andrea Weigel, que chegaram a mais um ano de vida na terça, 14.

Desde o início da quarentena Fabiana se viu obrigada a adaptar diversos aspectos da vida. Professora na Unisc, ela trocou o quadro negro da sala pela tela do computador, por onde vem ministrando suas aulas e orientando estudantes. Comemorando seus 49 anos de idade, ela conta que recebeu muitos cumprimentos nas redes sociais e por telefone, mas o abraço presencial só pôde vir do marido Demétrio e do filho Pedro.

Acostumada a reunir as amigas para comemorar, ela se viu obrigada a avisá-las que neste ano não seria possível repetir a tradição, mas acabou conversando com algumas por chamada de vídeo online. “Eu pensei que a videochamada poderia ser uma coisa boa porque é bom sentir a energia das pessoas, mesmo que ela seja mediada pela internet, por telas. É bacana a gente ver, escutar e ler coisas boas. É o que temos para hoje…”, conta Piccinin.

Para a professora, a potencialidade que o contato com as pessoas tem neste período, mesmo que só pela internet, é muito grande por causa do isolamento. “Se o coronavírus tivesse chegado 15 anos atrás nós estaríamos ferrados, porque seria muito mais enlouquecedor ter que ficar isolado”, afirma, destacando a contribuição das tecnologias para mantermos um nível mínimo de socialização.

Andrea e o marido comemoram com os vizinhos, cada um em seu pátio – Arquivo pessoal

SEM VIAGEM NESTE ANO

Chegando aos seus 41 anos, Andrea Weigel, que trabalha prestando serviços terceirizados no hospital Ana Nery, conta que a tradição dos últimos anos era viajar com o marido Leonel durante o aniversário, mas neste ano ela não foi possível. Para ela o contato com a família ainda foi possível, pois ela realiza visitas periódicas aos pais, mas todos tomam os cuidados de distanciamento e higienização necessários, assim como evitam o bom e velho abraço que era comum a cada reencontro.

Improvisando, Leonel preparou uma surpresa de aniversário para a esposa, comprou todos os itens do almoço especial por tele-entrega, desde a comida até as flores que presenteou para Andrea. Já no período da noite, a festa foi com os vizinhos, mas, claro, cada um no pátio de seu duplex, respeitando o distanciamento necessário e saboreando o seu próprio espumante.

Para Weigel, o distanciamento não é motivo para deixar de comemorar datas importantes como essa, pois, segundo ela, o contato mais próximo com os familiares e pela internet com os amigos já é o suficiente no cenário atual. “Eu acho é bem possível comemorar sem o abraço e o contato. Com a questão tecnológica a gente consegue suprir essa necessidade de troca de afeto, temos que ver o lado positivo das coisas”, conclui.