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Escolas estaduais entram em greve

Após a assembleia, professores seguiram em bandeiraço pelas ruas da Capital

Rosibel Fagundes
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Tem início na próxima segunda-feira, 18, uma greve geral do magistério por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada durante uma assembleia realizada nesta quinta-feira, 14, em Porto Alegre pela categoria. O encontro contou com a participação de aproximadamente 400 pessoas do 18º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers). De acordo com a diretora-geral do 18º Núcleo, Cira Kaufmann, a categoria é contrária aos projetos encaminhados ao Legislativo pelo Governo do Estado que modificam o plano de carreira dos servidores públicos e o sistema de aposentadorias como explica. “A partir de segunda-feira, as escolas estaduais entrarão em greve por dois motivos. O primeiro deles é devido aos 47 meses de salário atrasado e por cinco anos não termos reposição nenhuma. E o segundo, é em resposta ao pacote de Eduardo Leite protocolado na noite de quarta-feira na Assembleia Legislativa”, afirmou.
De acordo com Cira Kauffmann, todas as escolas estaduais irão aderir ao movimento. Ela orienta que os pais apoiem a categoria neste momento tão importante. “Quando nós professores somos atingidos a escola pública também é atingida. Nós vimos nesse ano o governo fechar bibliotecas, fechar escolas, serviços de orientação e outros. Faltam professores em várias escolas e agora é hora dos pais pegarem junto conosco para que as escolas públicas do Rio Grande do Sul tenham qualidade. É muita falta de respeito o que estão fazendo, não só com os professores, mas também com os alunos”, comentou.

Durante a mobilização dos policiais civis somente ocorrências de casos graves, como homicídios, latrocínios, feminicídios e outros que envolvem a vida foram realizadas

Polícia Civil aguarda por negociação
Em resposta ao governo do Estado sobre o pacote estrutural, policiais civis de todo o estado decidiram mostrar a sua insatisfação com as propostas apresentadas pelo governo. Uma mobilização foi realizada na quarta e quinta-feira, 13 e 14, onde somente ocorrências de casos graves, como homicídios, latrocínios, feminicídios, Lei Maria da Penha e outros envolvendo crianças, vítimas de estupros e prisões em flagrante foram realizadas. As diligências e investigações, operações e cumprimento de ordens judiciais e outras situações de menor gravidade foram suspensas.
De acordo com o representante do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Orlando Brito de Campos Júnior, além da integralidade e paridade dos salários a categoria ainda aguarda por outras propostas. “A questão da integralidade e paridade está de acordo, a gente até concorda em partes. Mas, existem outras questões que estão em discussão. Colegas que ingressaram após 2015, não terão direito a integralidade e paridade. A alíquota previdenciária que é a segunda maior do país, que hoje está em 14%, poderá subir e chegar a 16% e até 18%. O IPE Saúde, que é um benefício dos servidores só poderá ser utilizado por cônjuge e filhos após o pagamento de uma taxa extra”, concluiu.
De acordo com Orlando após a mobilização dessa semana a categoria aguarda uma decisão do governo com relação as reformas. Além do pacote do Governo Leite, outra situação preocupante é o atraso nos salários dos servidores que completa quase dois meses. “Nessa terça–feira, foi integralizado o salário de setembro. E o salário correspondente ao mês de outubro deverá começar a ser pago a partir desta sexta-feira, 15. O pagamento se estende até a metade do mês de dezembro”, complementou.
Uma assembleia geral deverá ser marcada nos próximos dias para avaliar a possibilidade de deflagração de uma greve geral da categoria. Articulações também estão sendo feitas com deputados.