Início Geral Ex-aluno do Colégio Mauá ganha competição internacional

Ex-aluno do Colégio Mauá ganha competição internacional

Lucas participando do concurso nos Estados Unidos

Lucas Mäder Nishimura, 19 anos, sempre gostou de desenhar, fez cursos na área, almejou ser ilustrador de histórias em quadrinhos e se interessou por design de tênis como profissão. Estudante de Design de Comunicação Visual na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), em Porto Alegre, o jovem é ex-aluno do Colégio Mauá, formado no Ensino Médio em 2017. Entre de 29 de julho a 17 de agosto deste ano, ele participou de uma competição da Pensole, umas das maiores escolas de design de calçados do mundo. Com aproximadamente 700 inscritos, o concurso, que consistia no projeto de um tênis, selecionou 18 pessoas, entre elas, Nishimura, que conquistou o primeiro lugar.
Conforme Lucas Nishimura, ficar em primeiro lugar foi apenas um detalhe. “Será mágico ver um tênis que ajudei a criar ser materializado e vendido. Poderei usar o dinheiro do prêmio para investir mais ainda na minha carreira. Mas, honestamente, tudo teria sido igualmente valioso se eu não tivesse ganho”, destacou. A competição, uma parceria entre a Pensole, Footlocker e Asics, tinha duração de três semanas e foi realizada na sede da escola, no centro de Portland, Oregon, EUA. “A cidade é berço da maior empresa de artigos esportivos do mundo, a Nike, e também abriga escritórios regionais de empresas como Adidas”, contou o estudante.
O concurso oferecia três opções de disciplinas: Design de Calçados, que consistia na entrega do desenho de um tênis; Design de Marca, que deveria ser entregue uma página com um plano de marketing para o lançamento de um tênis; e Design de Cores e Materiais, com a entrega de um moodboard de cores e materiais inspirados na obra de um artista japonês do século 21. Em qualquer uma das escolhas, o participante deveria entregar um vídeo de dois a três minutos com uma apresentação pessoal com o questionamento – por que você quer ser designer de tênis? -, bem como uma explicação da inscrição. “Era possível escolher uma das disciplinas e aplicar apenas para aquela, ou aplicar para todas as três. Para aumentar minhas chances de entrar, fiz para todas”, explicou o jovem.
Entretanto, Lucas contou que foram os avaliadores da Pensole que fizeram a escolha que, apesar de Design de Calçados ser a preferida dele, acabou sendo escolhido para Cores e Materiais que, ao final, se tornou a favorita. As aulas foram intensas, com encontros até nos sábados e domingos. “Além de todo o caráter técnico de aprender com quem já fez muito na prática, tínhamos acesso a equipamentos e estrutura de ponta”, detalhou. O estudante ainda destacou o convívio com funcionários da escola e profissionais renomados, que geraram excelentes oportunidades de networking e se tornaram bons contatos. Além disso, ele evidenciou as amizades com os participantes. “Apesar de ser uma competição, ninguém hesitava em ajudar o outro. Todos de idades, culturas e experiências acadêmicas e profissionais muito diferentes. A troca não teve preço”.
Entre os planos de Lucas Nishimura, destaque para a participação nos próximos cursos da Pensole, como forma de desenvolvimento profissional e geração de oportunidades para seguir a carreira e colocação no mercado. Dentro da indústria de calçados, ele gostaria de trabalhar como Designer ou com Cores e Materiais. “Talvez mais tarde lidando na parte de Desenvolvimento, que trata de novas tecnologias e inovação”, mencionou.

Conquista
Sobre a conquista, Lucas diz que não teria conseguido sem o suporte de diversas pessoas, como seus ídolos da área do design, seus professores de desenho da infância, Osmar Arroyo e André Mastelaro, sua namorada Isadora e seu melhor amigo Felipe. “Por último, mas talvez os mais importantes, meus pais Juliana e Fabio que, sem nem mencionar todo apoio material, por vezes limitando-se em suas próprias vidas a fim de que eu pudesse ter acesso aos melhores recursos, não simplesmente respeitaram meu desejo, como excederam sua função de pais e se tornaram fãs número 1, patrocinadores incondicionais e até mesmo assessores pessoais de uma carreira de poucas garantias e difícil acesso”, salientou.

Interesse 
O interesse por design de tênis como profissão surgiu durante a adolescência de Lucas, aos 15 ou 16 anos, principalmente por começar a acompanhar a National Basketball Association (NBA). “Sobretudo após pesquisar um pouco sobre o mercado de trabalho, e com alguma influência desta nova subcultura de apaixonados por tênis. No entanto, ainda não tinha abandonado a ideia de ser ilustrador de quadrinhos”, contou.
Quando entrou na faculdade, ele tinha plena certeza que não gostaria de trabalhar com design em agências publicitárias ou ser diagramador. “Ao mesmo tempo, percebia que tentar uma carreira, ou pelo menos um ganha-pão como ilustrador seria um caminho muito árduo, principalmente pela falta de oportunidades aqui no país e por ser um meio extremamente competitivo”, salientou. O primeiro contato com a Pensole foi por meio de um vídeo. “Através de minha curiosidade, cada vez maior sobre o assunto, via o quanto era um espaço no mercado de trabalho bastante sólido, mas não tão competitivo quanto ilustração”, concluiu