Início Geral Gestação precoce tem aumento significativo em Santa Cruz

Gestação precoce tem aumento significativo em Santa Cruz

Entre o ano passado e este ano, gravidez precoce está mais presente entre meninas de 16 anos

Luciana Mandler
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A gravidez precoce ocorre, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando meninas entre 10 e 19 anos de idade engravidam. A maioria dos casos acontece entre 15 e 19 anos. Essa situação geralmente se deve à cultura, ao baixo nível econômico e à dificuldade de acesso a métodos contraceptivos.


Nesta fase da vida, a gravidez pode criar consequências negativas tanto para a mãe quanto ao bebê. “Os riscos à saúde da mãe e bebê são muitos, como prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclampsia, depressão pós-parto, risco de mortalidade materna e evasão escolar”, pontua a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke.


Em Santa Cruz do Sul, nos últimos cinco anos tem aumentado o número de mães jovens, que se encaixam na gestação precoce. Em 2017, foram três gestantes; no ano seguinte, oito. Em 2020, o índice foi ainda mais significativo, chegando a 86. De 2017 até 2020, a gravidez na adolescência esteve mais presente em meninas com 19 anos.


Após o alto crescimento de adolescentes gestantes em 2020, houve uma queda em 2021, quando foram registradas 26. De janeiro deste ano até o momento, já são 21 meninas grávidas. No ano passado e nestes primeiros seis meses de 2022, a gestação precoce está mais presente entre meninas de 16 anos (confira dados completos na tabela).


Como a gravidez precoce pode ter riscos, ter o acompanhamento pré-natal é de extrema importância. “Na verdade, o pré-natal é o cuidado de saúde recomendado para todas as gestantes”, frisa Daniela. “Seu principal objetivo é garantir uma gestação saudável e diagnosticar e tratar possíveis complicações precocemente.”


Ainda conforme a secretária, o atendimento pré-natal deve ser organizado para as reais necessidades de toda a população de gestantes, dentro da área de atuação de cada unidade de saúde, por meio da utilização de conhecimentos técnico-científicos e dos recursos adequados disponíveis. Além disso, deve-se proporcionar facilidade de acesso e continuidade do acompanhamento.


“A estruturação da rede implica na disponibilidade de serviços de pré-natal para o baixo e alto risco, planejamento familiar, serviços especializados para atendimento das emergências obstétricas e partos, incluindo os de alto risco, leitos de UTI neonatal e para adultos, leitos de berçário para cuidados intermediários, assim como, eventualmente, a constituição de casas de apoio a gestantes de risco com dificuldades de acesso geográfico ou a puérperas que sejam mães de bebês que necessitam permanecer internados”, salienta. Daniela chama a atenção para os procedimentos relativos ao pré-natal de alto risco. “Os cuidados devem ser redobrados, uma vez que essa gestante poderá precisar ser avaliada por vários profissionais”, reforça.


O município, através da Secretaria de Saúde, realiza ações e desenvolve programas para assistir essas jovens mães. Dispõe de pré-natal de alto risco, realiza visitas domiciliares por meio das agentes comunitárias de saúde com maior frequência e conta com equipe da atenção primária, além de contar com o programa Primeira Infância Melhor. “É um olhar diferenciado a essas adolescentes”, sublinha a secretária.

Os números

2017: 3 gestantes. Gestação precoce mais presente entre meninas de 19 anos.
2018: 8 gestantes. Gestação precoce mais presente entre meninas de 19 anos.
2019: 36 gestantes. Gestação precoce mais presente entre meninas de 19 anos.
2020: 86 gestantes. Gestação precoce mais presente entre meninas de 19 anos.
2021: 26 gestantes. Gestação precoce mais presente entre meninas de 16 anos.
2022 (janeiro até a última segunda-feira, 27): 21 gestantes. Gestação precoce está mais presente em meninas de 16 anos.