Início Geral “Não apoio nenhum ato que tenha ligação com o vandalismo”

“Não apoio nenhum ato que tenha ligação com o vandalismo”

Deputado federal Marcelo Moraes (PL) faz avaliação do governo Bolsonaro e garante continuidade na captação de recursos

Fotos: Divulgação/RJ
Marcelo Moraes: “Sigo sempre à disposição de Santa Cruz do Sul”

Ana Souza
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O Riovale Jornal veiculou, recentemente, matérias relativas aos governos estadual e federal que assumiram seus mandatos em 1º de janeiro. Na entrevista desta sexta-feira, 20, trazemos as considerações do deputado federal Marcelo Moraes (PL) sobre o governo de Jair Messias Bolsonaro (PL), iniciado em 2019 e encerrado no ano passado. O deputado garante que dará continuidade à captação de recursos através das emendas parlamentares, com o intuito de beneficiar o município de Santa Cruz do Sul.

O deputado durante um dos momentos da campanha
eleitoral no ano passado, junto ao então presidente Bolsonaro e apoiadores

Riovale Jornal: Qual seu posicionamento a respeito dos ataques às sedes do Executivo, Legislativo e STF em Brasília, no último dia 8 de janeiro?
Marcelo Moraes:
Eu não apoio nenhum tipo de ato que tenha ligação com vandalismo, mas ainda acho que algumas vidraças quebradas são muito menores do que o Supremo Tribunal Federal, sistematicamente, invadindo os poderes, rasgando nossa Constituição e roubando a nossa liberdade. Esses atos que aconteceram em Brasília, e que eu condeno, são bem maiores do que o que vimos pela televisão. É uma discussão que vem acontecendo há bastante tempo com ministros que foram indicados por um partido político e que lá, a serviço deste partido estão. Minha visão de que, discutir os atos antidemocráticos, assim batizados, é necessário e se torna também importante discutir esta jornada de perseguição que ministros do STF vêm fazendo contra todos aqueles que pensam diferente do que o pensamento de esquerda.

RJ: Qual sua posição a respeito da agenda econômica promovida no governo de Jair Bolsonaro? Essa agenda funcionou na sua opinião? Por quê?
Marcelo:
Funcionou muito bem, com certeza. Pegamos um País com, mais ou menos, 14 milhões de desempregados, quando entregamos a presidência da república já havia reduzido para 8 milhões, demonstrando que a economia funcionou e existiu uma confiança. Isso se deu por muitas reformas que foram feitas, entre elas da previdência, da baixa de impostos e que aconteceram na contramão de vários outros governos passados e que nunca baixaram as tarifas de impostos. Acredito que a agenda econômica do nosso governo foi uma agenda que dava oportunidade. Ensinava a pescar, mas não dava o peixe. Trabalhávamos muito a meritocracia e que fez com que, na minha opinião, trabalhássemos juntos o maior programa social que possa existir, o maior que possa ter é gerar emprego e renda para que as pessoas possam colocar comida na mesa e terem a sua dignidade, então a nossa agenda econômica funcionou e os números não mentem.

RJ: As declarações do ex-presidente na pandemia tiveram uma repercussão bastante significativa. Como o senhor avalia o governo Bolsonaro em relação à pandemia de covid-19?
Marcelo:
Nós somos um governo que comprou todas as vacinas, sendo que nenhum governo municipal ou estadual comprou vacinas, apenas o nosso. Além de comprar vacinas, antes disso acontecer, lembramos que tínhamos hospitais com situações bem complicadas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, tínhamos cerca de 900 leitos de UTI, hoje temos mais de 3,3 mil que foram entregues pelo Governo Federal. Trabalhamos o antes da vacina e entregamos para todo e qualquer brasileiro que quisesse se vacinar. E além disso enfrentamos a pandemia, não somente pelo viés da saúde mas, também, o social. Isso se deu porque os ministros do STF legislaram no lugar da Câmara e mandaram fechar tudo e, simplesmente, que parasse a economia. Conseguimos, em tempo recorde, entregar o Auxílio Emergencial para mais de 68 milhões de brasileiros, ou seja, uma média de a cada três brasileiros, um recebeu o auxílio neste momento difícil. Atendemos também todo o comércio e à economia, pelo giro do valor. Deixamos a economia viva e, é importante dizer que, o valor gasto neste Auxílio Emergencial é equivalente a 15 anos de Bolsa Família. Isso se consegue não roubando, não mexendo nas estatais e não manter 40 ministérios. Sobra dinheiro para entregar para a população, assim conseguimos desembaçar este momento difícil da pandemia, cuidando não somente da saúde, mas do viés social e da economia.

RJ: Em relação à produção de tabaco, como o senhor entende que o governo Bolsonaro agiu? Foi uma atuação positiva ou negativa?
Marcelo:
Foi totalmente positiva, tanto é verdade que, nosso governo e eu trabalhamos muito em cima disso. Acabamos com a Conicq, Comissão Nacional de Implementação da Convenção Quadro, e que vinha na tentativa de terminar com a produção do tabaco no Brasil. Nós, além de extinguir com a Conicq, tivemos participação na Convenção Quadro sempre tentando diminuir o número de fumantes, mas não mexendo na produção, até porque 91% do tabaco produzido no RS é exportado para outros países e que tem, inclusive, legislação diferente da nossa. O governo deixou o produtor trabalhar e isso impactou diretamente no preço. Na última safra, o preço que variava na tabela de R$ 231,00 até 239,00, havia fumageiras que pagavam até R$ 300,00. Foi um governo que deu liberdade para que os produtores pudessem sim, trabalhar e assim terem uma renda muito maior para a agricultura e também para a nossa região que depende economicamente do tabaco.

RJ: Como o senhor projeta o governo Lula e a atuação que o senhor terá em relação a esse novo governo na Câmara dos Deputados?
Marcelo:
Sou totalmente oposição a este governo mas, claro, com responsabilidade, pois tudo que for para o bem da população sempre irei acompanhar. Sou contra o aborto e esta política econômica de trabalhar o dinheiro do povo para financiar movimentos sociais, como exemplo dos Sem Terra e outros. Como simplesmente fazê-los de ‘massa de manobra’, entre outras questões. Esse governo é um governo que cria dificuldades, para vender facilidade. Já fizemos isso quando estiveram à frente do governo durante os 14 anos do Partido dos Trabalhadores (PT). Sou totalmente contra isso, só se dá liberdade para as pessoas produzirem e a partir dali criar a riqueza de nosso país.

RJ: Fale sobre a força do partido em Santa Cruz e a captação de recursos já realizados (como exemplo na área de saúde).
Marcelo:
O partido será o maior da região. Já era assim no PTB e agora com a nossa chegada no PL com certeza fará com que sejamos maiores. Iremos disputar a eleição para prefeito na grande maioria dos municípios. Teremos candidato para prefeito ou prefeita em Santa Cruz do Sul. A busca não diminui em absolutamente nada, continuo trabalhando muito na captação de recursos para a nossa região e isso não está vinculado na troca de governo, está muito mais ligado em Santa Cruz. Trouxe recursos em mais de R$ 30 milhões. Sigo à disposição de Santa Cruz e região na tentativa de enviar recursos para tentar melhorar ainda mais a qualidade de vida de nossa população.