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Brito: “Periquito chegou mais uma vez ao convívio dos grandes”
Paulo Brito é conhecido em todo o estado pelo grito de “Feito!” quando um jogador marca um gol. Com suas origens em Santa Cruz do Sul, o narrador da RBS TV está feliz com o acesso do Avenida à Primeira Divisão. Alviverde de longa data, Brito desenvolve o projeto do Periquito na categoria sub-17. Confira esta entrevista com o avenidense ilustre Paulo Brito, que, aos sábados, assina uma coluna no Riovale Jornal.
Riovale Jornal – Gostaria que você contasse aos nossos leitores um pouco da tua história como torcedor do Avenida. Como é ser avenidense?
Paulo Brito – Sou avenidense de nascença. Morei muito perto do estádio do Avenida durante toda a minha infância. Acompanhei, quando pequeno junto com meu pai, muitos jogos daquele grande time do Periquito com Caio, Flecha, Ademir Galo, Boca, entre outros grandes jogadores. Foi nos Eucaliptos que aprendi a chutar uma bola e depois, com 12 anos, entrei para as categorias de base do clube. Aos 17 anos, cheguei a jogar nos profissionais na Segunda Divisão quando o técnico era o Santana, então Sargento do Exército. Depois vi que meu negócio era o microfone e fui trabalhar na Rádio Santa Cruz, onde começou toda a minha história de jornalista. Em 1988, quando foi inaugurada a RBS TV Santa Cruz, me apresentei para ser integrante da equipe e aqui estou até hoje. Continuei acompanhando a vida do Avenida e nos primeiros anos me deslocava todas as sextas-feiras a Santa Cruz para participar do tradicional churrasco dos avenidenses mais apaixonados.
RJ – E a tua trajetória como jogador do Avenida? Quais são as lembranças dessa passagem?
Paulo Brito – Lembro que o dirigente mais abnegado da minha época, o homem que incentivava as categorias de base, abria os portões, trazia as bolas, fardamento, era o Paulo Eick. Meu primeiro treinador foi o “gringuinho” Orlando Vitoretti. Logo depois assumiu o Ademir Muller. Comecei e quase sempre joguei como lateral-direito, mas o Ademir gostava de aproveitar como zagueiro, onde eu jogava com ele no Colégio São Luís, onde era professor de Educação Física. Depois passei pelo juvenil rapidamente. Joguei no amador como era chamado o time principal já que era tempos de fusão entre Avenida e Santa Cruz, a Associação Santa Cruz. Depois, desfeita a fusão, o Avenida voltou a jogar profissional, jogou Segundona e o Gauchão de 1979 quando eu já estava na Rádio Santa Cruz e aqui no Riovale Jornal.
RJ – Paulo, como surgiu este projeto do Avenida sub-17 e como ele funciona? Quais os objetivos desta nova empreitada?
Paulo Brito – Tudo por causa do meu filho de 15 anos, o Pedro, que joga em categorias de base em Porto Alegre desde os 12 anos. Centroavante, atualmente com 1,92m, bom no cabeceio e chuta com as duas pernas, claro, uma de cada vez (risos). Mas eu acompanhava os treinos e jogos do Pedro no São José, que, aliás, no ano passado, foi campeão da categoria com vitória sobre o Grêmio na final. Fui formando uma ideia de fazer um time com uma comissão técnica de profissionais da bola. Treinador que é treinador, conhecedor de futebol por ter jogado, bom auxiliar, e preparador físico formado em Educação Física. Fui atrás de custos para manter um time de base, consegui um parceiro patrocinador que já me patrocina na rádio, o Beto Romanovski da SOS Consultas Médicas. Montei o projeto e fizemos o time. Como para disputar o Gauchão teria que ser um clube filiado à Federação, por que não o Avenida? Mantido o contato com o presidente Jair Eich, levei adiante e hoje o Avenida de Santa Cruz treina em Porto Alegre e joga as partidas que tem o mando geralmente nos Eucaliptos. O time teve mais de 700 garotos fazendo teste e hoje conta com 30 no grupo que foram selecionados pela comissão técnica. Assim realizei o meu sonho de ver o meu filho vestindo a mesma camisa do Periquito que eu vesti também aos 15 anos. Estou preparando o meu centroavante que deverá, com passaporte europeu que já está em andamento por ser alemão, para jogar na Europa em breve.
RJ – Como você acompanhou esta campanha de 2014 do Avenida na Divisão de Acesso? O que representa pra você esta conquista do clube já que há tanto tempo narra a Série A?
Paulo Brito – O Avenida que já estava praticamente eliminado no andamento da Divisão de Acesso, ganhou vida com uma bela vitória em Santa Maria contra o Riograndense. Aí sentimos que seria possível voltar a sonhar. Graças ao heroico trabalho do presidente Jair Eich, do filho Guilherme, do Claudio Hansel, do Ivan Textor, entre outros, o Periquito chegou mais uma vez ao convívio dos grandes. Agora vai precisar montar um time para se manter na Primeira Divisão e não mais voltar para a Segunda.














