
LUANA CIECELSKI
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As fotografias são, por natureza, objetos nostálgicos. É olhar pra uma delas e você tem vontade de se tele transportar para o lugar e o tempo retratados. Se você está na fotografia, a vontade é de voltar lá. Se você não está, dá aquela vontade de ter estado, uma saudade do que não foi, uma vontade de ainda ser. E é justamente esse o sentimento que paira no ar da Casa de Artes Regina Simonis desde a noite de quarta-feira, quando teve início a primeira mostra fotográfica sobre cicloturismo de Santa Cruz do Sul, “Viagens de bicicleta: narrativas cicloturísticas”.
O evento promovido pela Associação Gaúcha de Cicloturismo (AGC) reúne cerca de 150 fotografias de sete viajantes que com suas bicicletas desbravaram as Américas do Norte, Central e do Sul e a Europa. Entre eles está Miguel Lawisch, um dos pioneiros do cicloturismo nessa região. Ainda na década de 1990 ele viajou de Santa Cruz do Sul até a Califórnia, nos Estados Unidos. Algumas das fotografias que ele fez durante esse trajeto – 40 delas – poderão ser conferidas pela comunidade pela primeira vez.
Outras viagens que podem ser conferidas são a da cicloturista Fernanda Antonio – que no verão de 2018 percorreu o litoral uruguaio de bicicleta –, a de Leonardo Wink – que nos apresenta à Portugal pelo ângulo da bike -, e do cicloturista Demétrio de Azeredo Soster – que em janeiro de 2018 realizou a Operação Valparaíso entre Uruguaiana e Valparaíso no Chile, percorrendo Uruguai, Argentina e o próprio Chile, inclusive atravessando a Cordilheira dos Andes, entre outras.

NOBRE MISSÃO
Mas mais do que promover uma exposição bacana, a mostra que está sendo organizada pela ACG tem também a missão tentar trazer mais a bicicleta para o cotidiano das pessoas. “A nossa exposição visa incentivar mais pessoas a utilizarem a bicicleta, tanto no dia a dia quanto para desbravar novos lugares e novas culturas. Não importa a distância, a bicicleta sempre proporciona momentos incríveis na nossa vida”, conta Fernanda, que também é uma das organizadoras.
Miguel e Leonardo também concordam e incentivam o uso das bikes ressaltando os benefícios dela não apenas para a saúde e para o meio ambiente, mas também para o psicológico. ““A bicicleta permite conhecer mais culturas de uma forma simples; o mundo se torna pequeno em cada pedalada e a vida ganha sentido quando conquistamos amigos pela estrada”, diz Lawisch. E “o cicloturismo é uma forma fantástica de viagem, de conexão com a estrada, a natureza, e, principalmente, as pessoas incríveis que encontramos”, complemente Wink.
Porque a verdade é a seguinte, segundo esses cicloturistas: olhar as fotografias será muito bom, mas viver suas próprias experiências, será imensamente melhor. E quem sabe, mais adiante a comunidade não vai poder conferir uma nova exposição sobre cicloturismo com fotos de novos aventureiros nascidos a partir da mostra? Tomara, né?!

ONDE: Casa de Artes Regina Simonis (Marechal Floriano, 651, Centro)
QUANDO: de 8 a 28 de agosto de 2018
QUANTO: entrada gratuita














