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Projeto de escola santa-cruzense obtém reconhecimento nacional

Professora Mara, diretora Cristiane e alunos da Escola Estadual Nossa Senhora da Esperança destacam projeto que está selecionado entre 350 trabalhos para o Prêmio Professor Transformador, realizado pela Base2Edu, de São Paulo

Tiago Mairo Garcia
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O que antes era motivo de tristeza se transformou em alegria para os estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora da Esperança, do bairro Santa Vitória, em Santa Cruz do Sul. Com o apoio de muitas mãos, os próprios alunos realizaram um mutirão de limpeza para retirar um antigo lixão situado na frente da escola, fato que acabou mudando a fotografia na frente do educandário. A atividade foi uma das ações inseridas no projeto Meio Ambiente, Humanidade, Tecnologia e Empreendedorismo, idealizado pela professora Mara Rosane dos Santos Souza, que visa, através da prática de atividades, conscientizar estudantes e comunidade a cuidarem do ambiente onde vivem no dia a dia. 
Por iniciativa da própria professora, o projeto foi inscrito no Prêmio Professor Transformador, realizado pela Base2Edu Transformadores em Rede, de São Paulo, entidade que integra as escolas associadas da Unesco e da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura. Na última sexta, 24, Mara recebeu um e-mail da entidade informando que o projeto santa-cruzense estava entre os 350 projetos classificados pela entidade. 
A notícia da classificação surpreendeu a professora e foi motivo de alegria para os alunos.  Ela salientou que a ideia de participar do Prêmio Transformar surgiu durante a participação em um simpósio de educação. “Me interessei pelo edital e resolvi inscrever o projeto. Lancei a ideia e os alunos aceitaram e, juntos, passamos a desenvolver as atividades”, disse a professora. Caso fique classificado entre os três primeiros lugares, a escola pode ser contemplada com um prêmio em dinheiro de R$ 7 mil. Também haverá uma viagem para Londres, Inglaterra, para o primeiro lugar e para São Paulo para segundo e terceiro lugar.  
Com as ações voltadas para o meio ambiente, humanidade, tecnologia e empreendedorismo, entre setembro e outubro de 2019, os alunos 9º ano e do Ensino Médio passaram a realizar diferentes ações. A primeira ação do projeto  foi a limpeza do lixão localizado em frente a escola.  “Reuniu os alunos e coloquei a minha preocupação com o lixo no entorno da escola e que o educandário precisa fazer alguma coisa. Os alunos aceitaram a ideia e abraçaram a causa para ter um visual melhor da escola, além de gerar uma prevenção à saúde de todos”, salientou a professora. Os estudantes também conheceram uma cooperativa e através de parceria firmada, passaram pretendem criar uma microcooperativa onde os alunos pretendem criar produtos com resíduos de materiais para serem comercializados. 

Alunos e comunidade realizaram limpeza de lixão e plantaram árvores na frente da escola, sendo uma das atividades do projeto Meio Ambiente, humanidade, tecnologia e empreendedorismo

O projeto idealizado pela professora Mara elevou a autoestima dos alunos. Leonardo, 17 anos, estudante do 3º ano do ensino médio, aprovou a ideia. “Achei legal o projeto, pois melhorou a escola e ajudou os alunos, além de conscientizar a todos sobre o meio ambiente”, disse o estudante. Eduarda, 16 anos, do 2º ano, destacou que o projeto foi essencial para a escola ser melhor reconhecida na comunidade. “A escola não era reconhecida, pois a comunidade não contribuía e colocava lixo na frente da escola. Como nós tivemos a iniciativa de limpar, as pessoas do bairro viram a gravidade do problema e passaram a nos ajudar na pintura do muro e a plantar as árvores. O projeto foi aprovado com a escola sendo representada em Porto Alegre e São Paulo. Isso é ótimo, pois o bairro e a escola passaram a serem reconhecidos por muitas pessoas, o que valoriza ainda mais a nossa região”, disse ela. Última a se manifestar, Mirelli, de 17 anos, do 2º ensino médio, destacou que estava chateada com a forma pejorativa que a escola estava sendo chamada antes da realização do projeto. “Eu Fiquei chateada com a forma como se referiam a nossa escola. Muitos diziam coleginho e isso, coleginho é aquilo. Fizemos o projeto e quando apresentamos, algumas pessoas continuavam falando da nossa escola. Aqui não é coleginho, é a Escola Estadual Nossa Senhora da Esperança. Somente com a ajuda de todos nós vamos conseguir ir para frente. Queremos ver a diferença com a comunidade e que as pessoas enxerguem que a escola está mudando para melhor”, frisou Mirelli.
A diretora Cristiane Rosa destacou ser gratificante ver o engajamento de todos com a iniciativa. “É muito bom para a escola ver o engajamento da comunidade através do projeto que em 2019 veio contemplar o novo ensino médio. A nossa escola é piloto no novo ensino médio e principalmente contempla um item desse novo modelo que é transformar o lugar onde a escola esta inserida. Os alunos conseguiram isso muito bem, com as mãos deles, e fizeram com que a escola voltasse a ter visibilidade e pertencimento a comunidade. É um sonho que está sendo realizado”, frisou a diretora.
Para 2020, a escola continuará desenvolvendo as ações do projeto com os alunos do ensino médio, mas salientou que os alunos do ensino fundamental já estarão sendo preparados através de outras atividades semelhantes que estarão sendo desenvolvidas na escola. O início do ano letivo da escola está previsto para o dia 26 de fevereiro.  “É um processo lento, que vamos desenvolvendo passo a passo. Os alunos do ensino médio terão um aprofundamento sobre sustentabilidade, já inserido neste novo modelo, onde o nosso objetivo é preparar e capacitar eles para o mercado de trabalho, além e conscientizar todos sobre o meio ambiente e o cuidado com o ambiente escolar”, finalizou a professora Mara.