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Schmidt: experiência e novo modelo de gestão

Everson Boeck
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Pela primeira vez na história da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) três nomes concorrem ao cargo à reitoria. Nesta edição, o Riovale Jornal traz uma entrevista com o terceiro e último candidato, professor João Pedro Schmidt falando sobre sua campanha e seus projetos para a universidade. Sua vice é a professora Ana ZoéSchilling da Cunha.As eleições devem acontecer na primeira quinzena de novembro.
Para João Pedro, o fato de haver três chapas concorrendo à reitoria permite à comunidade acadêmica rever e rediscutir a vida da universidade. “O alto nível mantido entre os candidatos durante a campanha é louvável. O fato de ter duas chapas compostas por pessoas ligadas à reitoria provocou certa curiosidade, mas já está claro que são visões distintas que estes grupos vão representar. A universidade só tem a ganhar com isso”, frisa.
A campanha, conforme Schmidt, será norteada pela defesa de ideais bem claros que alimentaram as eleições diretas de 1986. “Democracia, ampla participação, transparência e inserção na comunidade. Queremos reforçar este lado do envolvimento da universidade com a comunidade, evitando que nos voltemos excessivamente para dentro. Nossa vocação é comunitária e nós queremos expressar isso de uma forma muito forte”, garante.
Segundo o candidato, sua chapa é constituída pela “a união da experiência com o firme propósito de um novo estilo de gestão”. “Nosso objetivo é o revigoramento da universidade”, resume. A chapa tem projetos para todas as áreas, no entanto, Schmidt destaca alguns dos mais importantes, como por exemplo, a qualidade das aulas. “Precisamos dar grande ênfase, nos próximos anos, para metodologias ativas e a familiarização dos professores com as novas tecnologias da informação e da comunicação, as quais estão concorrendo com as aulas, ou seja, estas necessitam tornarem-se mais atraentes para os alunos”, observa.
Schmidt ressalta que o grupo trabalhará para o fortalecimento da Pós-Graduação, reforçando o fundo comum para sustentar as atividades dos diversos programas. “Queremos estabelecer suas relações com as áreas compatíveis do Parque Tecnológico. Dessa forma, esperamos aproximar as empresas locais com as atividades lá desenvolvidas”, pontua.
Para os professores horistas (que só dão aulas), há um projeto para reinseri-los em projetos de pesquisa e extensão. “Ultimamente foram criadas restrições, mas se percebe um volume grande de solicitações destes profissionais para acesso a estes projetos e nós queremos proporcionar isso”, enfatiza. Em relação aostécnicos-administrativos, Schmidt afirma que há um firme compromisso com a valorização, o respeito e o reconhecimento destes profissionais. “Eles têm a expectativa de ter maior peso no voto e nas decisões políticas na universidade (hoje com participação de 10%) e nós acreditamos que esta discussão é legítima e iremos retomá-la”, expõe.
Aos 51 anos de idade, 26 de Unisc, Schmidt tem uma importante participação na criação da Lei das Instituições Comunitárias de Educação Superior, que será votada nas próximas semanas no Senado Federal (PLC nº 1, de 2013). “Esta lei abre uma serie de possibilidades de recursos públicos orçamentários para instituições como a Unisc. Após aprovada, o que deve acontecer, esta lei nos diferenciará das universidades privadas. No entanto, para que esta lei entre em prática efetivamente ela precisa de uma articulação muito grande junto ao governo federal, o que tenho feito com propriedade. Na condição de Reitor, eu teria o melhor posto para que esta articulação ganhe força e isso beneficie a Universidade”, explica.
Schmidt ingressou na Unisc em 1987 atuando, inicialmente, no Departamento de Educação. Depois foi chefe do Departamento de Ciências Humanas. Desde 2003 responde pelaPró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional. É filósofo com mestrado em Filosofia Política e doutorado em Ciência Política. Nos últimos anos centra suas atividades docentes no Programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado em Direito.

Rolf Steinhaus

Schmidt: Nosso objetivo é o revigoramento da universidade