LUANA CIECELSKI
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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizou no fim da última semana um evento voltado para os jovens que estão saindo do curso de Medicina na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Denominado “Me formei, e agora?”, a atividade aconteceu na noite de quinta-feira, 28 de junho, e contou com um jantar e uma palestra oferecida pelo presidente do sindicato, Paulo Argollo Mendes.
De acordo com Mendes, o principal objetivo desse encontro foi das as boas vindas aos ex-estudantes de medicina, que são os novos profissionais e também abordar a questão do mercado de trabalho. “Quando nos formamos, há muitas perspectivas, muitas possibilidades. O formando muitas vezes não sabe se presta serviço militar antes e faz a residência depois, ou se prefere fazer a residência primeiro. Alguns também preferem não fazer a residência logo, mas entrar no mercado de trabalho primeiro e juntar um valor para fazer a residência depois, porque a remuneração da residência também é muito ruim”, explica.
Além disso, os profissionais também precisam decidir se vão se dedicar à atenção básica, ou se preferem ser médicos de família, ou ainda se prefere fazer um especialização. “Todas essas são angústias desse momento”, apontou o presidente. E o objetivo do Simers, é justamente prestar um apoio. “Na época em que eu me formei, não havia nenhuma entidade forte capaz de dar um respaldo e um suporte para esse momento. Então logo que assumimos o Simers a gente quis oferecer isso. E nesse jantar nós queremos conversar com esse jovens profissionais”.
24 HORAS
Uma das ferramentas que está sendo colocada à disposição é um número de 0800 com plantão 24 horas. Nesse número, atenderão um médico, um diretor do Simers, um advogado especializado em questões médicas e um jornalista. Eles estarão permanentemente à disposição para conversar e prestar um assessoramento. ““Assim ele sabe que não está sozinho. E essa era uma das angústias que eu tinha quando me formei, porque não tinha pra quem fazer uma pergunta. Esse plantão 24 horas minimiza o estresse, a ansiedade”.
Durante o jantar, o presidente do Simers também fez questão de ressaltar o apoio que o sindicato dá aos profissionais da medicina, no sentido de assessorá-los em outras áreas do conhecimento, como o direito do trabalho (já que os médicos muitas vezes contratam secretárias, equipes de limpeza, etc.), contabilidade (auxílio com o imposto de renda já que o médico não possui uma fonte única de renda, mas dezenas/centenas de pacientes). “A ideia é tirar do médico essas preocupações todas para que ele possa se dedicar apenas à sua profissão, àquele serviço que só ele pode fazer, que é atender, curar, salvar vidas”.
UMA CIDADE À PARTE
Conversando com o Riovale Jornal, o presidente do Simers comentou também sobre a realidade local de trabalho dos médicos. Mendes apontou que Santa Cruz do Sul é um polo médico muito importante, porque tem grande número de profissionais e disse que, em termos de qualidade de trabalho para os médicos, a cidade é muito privilegiada. Pelo menos em comparação com outros municípios do Estado. Citando o caso de uma cidade da região sudeste do Estado, Paulo contou que há casos de hospitais com apenas um plantonista para atender toda a comunidade. “O médico atende cerca de 200 pessoas em 24 horas, por isso, ele mal tem tempo de olhar pros pacientes e os pacientes muitas vezes percebem isso, e reclamam. Mas não é que ele queira tratar mal as pessoas. É que ele tem um volume enorme de pessoas na sala de espera”, disse. “Com o sistema atual de saúde, o os médicos são vítimas também”.
Mendes também aponta que a Unisc vem contribuindo muito para a qualidade da medicina em Santa Cruz do Sul, porque seu curso de medicina é muito conceituado. “Ele se diferencia pela qualidade de seu ensino, graças à possibilidade de aprendizado prático proporcionado pelo Hospital Santa Cruz, porque só tem um jeito de aprender medicina: atendendo os pacientes”.
