Grasiel Grasel
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Nessa segunda-feira foi concluída a primeira etapa da pesquisa que visa estimar o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Rio Grande do Sul, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), com investimento do governo do Rio Grande do Sul. Na oportunidade foram realizados 500 testes rápidos para detecção de anticorpos da doença, dos quais todos deram resultado negativo.
Ao todo serão realizados 18 mil testes em nove cidades que se encontram nas regiões intermediárias do estado, segundo critérios do IBGE. Em Santa Cruz do Sul, o estudo é acompanhado pelos professores da Unisc Andréia Valim, Cezane Reuter, Jane Renner, Lia Possuelo, Luciano Duro e Marcelo Carneiro e realizado por, aproximadamente, 23 voluntários que são acadêmicos dos cursos de áreas da saúde. Foram visitadas residências sorteadas por inteligência artificial em 25 setores censitários do município.
Serão 2.000 testes feitos somente com os santa-cruzenses, os quais serão aplicados ao longo de quatro etapas, realizadas a cada 15 dias. A segunda parte da pesquisa inicia no próximo fim de semana, dias 25 e 26 de abril. Uma enquete continuará sendo aplicada para que a pesquisa possa entender como a população vem se comportando em relação às medidas de isolamento.
Na tarde da quarta-feira, 15 de abril, foram divulgados pela Ufpel os primeiros cruzamentos da pesquisa, que estimaram que há um infectado a cada dois mil habitantes do estado, podendo existir 5.650 pessoas que estão ou já estiveram contaminadas pelo vírus. A pesquisa ainda aponta que o número de infectados pode ser até 15 vezes maior do que o registrado.
NÃO É MOTIVO PARA RELAXAR
A coordenadora da pesquisa em Santa Cruz, Andreia Valim, explica que o teste rápido é baseado no desenvolvimento de anticorpos, que passam a ser produzidos pelo sistema imunológico aproximadamente a partir do décimo dia depois do contato com o vírus, portanto, a próxima etapa da pesquisa será muito importante. “A rodada de testes da semana que vem é importante porque nós vamos olhar a realidade do fim de semana que estávamos aplicando”, diz.
Não termos casos confirmados na cidade, no entanto, não é motivo para relaxarmos as medidas de prevenção, é o que afirma Valim. “Isso passa uma falsa sensação de segurança e nós não estamos seguros, acabamos de ter mais um caso confirmado”, explica, adicionando que só agora a doença está começando a circular na comunidade, então os cuidados devem ser ainda mais importantes, especialmente para quem é do grupo de risco e pode desenvolver sintomas mais graves.
Uma das medidas de prevenção tem sido a utilização de máscaras, mas as pessoas não podem levar a mão ao rosto enquanto a utilizam. “A mão, que toca em absolutamente tudo, traz mais riscos do que se você não utilizar a máscara, então é preciso observar esse cuidado extremo. Antes de tirar a máscara, é preciso lavar a mão, para só depois tirar”, orienta Andreia, que lembra que é essencial utilizá-las por no máximo duas horas e, depois de removidas, devem ser lavadas.
No primeiro dia da pesquisa, no sábado passado, algumas pessoas se negaram a realizar o teste e outros chegaram a hostilizar os voluntários. A coordenadora pede que nas próximas etapas os santa-cruzenses acolham os estudantes e realizem os procedimentos. “Eles estão testados, não têm a doença, pedimos que a comunidade seja receptiva. Estamos ajudando o governo estadual a definir as políticas públicas sem precisar sair de casa”, apela Valim. (Com informações de Asscom Unisc)














