LUANA CIECELSKI
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“Medos privados em lugares públicos”, ou “Coeurs” – Corações no original. Esse é o nome do filme que será exibido na noite dessa terça-feira, 24 de abril, na sessão da Associação Amigos do Cinema. Lançado em 2006 na França e dirigido por Alain Resnais, o filme pode não ser o mais famoso dos longa metragens lançados na primeira década dos anos 2000, mas bateu recorde de tempo em cartaz nos cinemas brasileiros – 144 semanas – e teve um público muito grande – mais de 130 mil expectadores no Brasil – na época de seu lançamento.
Uma das explicações para esse sucesso, de acordo com a crítica, é o enredo inteligente e cheio de complexas relações – típico de um bom filme francês – que faz com que aqueles que assistiram uma vez, queiram assistir o filme novamente. Outro bom motivo, que também faz com que o longa seja assistido diversas vezes, é que em seus 120 minutos de história, ele levanta dezenas de discussões.
O enredo gira em torno de seis personagens. São pessoas solitárias que estão em busca do amor e o destino faz com que suas vidas ora se cruzem, ora se afastem. Thierry (André Dussollier) é um corretor de imóveis – irmão de Gaëlle (Isabelle Carré) -, que trabalha com Charlotte (Sabine Azéma) e tenta encontrar a casa ideal para Nicole (Laura Morante) e seu noivo, Dan (Lambert Wilson). O sexto personagem é Lionel (Pierre Arditi), o barman de um bar onde Dan costuma passar as tardes por estar desempregado. O pai de Lionel é cuidado por Charlote à noite.
Fazendo jus ao título brasileiro, cada um desses personagens tem, e precisa conviver com “receios íntimos que se abrigam atrás das conveniências sociais e se expressam com dificuldade no espaço público”, como define o crítico Luiz Zanin Oricchio. “O medo da solidão é uma constante. Ele está no corretor imobiliário solteirão que vive com a irmã mais moça; no casal em via de se separar e mesmo assim procura apartamento; na solteirona que assiste e recomenda programas edificantes na televisão ao mesmo tempo em que alimenta devaneios eróticos; na mocinha que sai à noite à procura de companhia masculina pelos bares. Em todos, enfim, mesmo no doente inválido que insulta as enfermeiras”.
A sessão terá inicio às 20 horas e acontece no auditório do Sindibancários. Ela é aberta ao público e tem entrada franca.
