Início Geral Um plano simples e trágico, por Sidney Lumet

Um plano simples e trágico, por Sidney Lumet

LUANA CIECELSKI
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“Antes que o Diabo saiba que você está morto” é um filme sobre um plano que tinha tudo para dar certo, mas que acaba de forma trágica. Dirigido por Sidney Lumet e lançado em 2007, o longa metragem americano de 116 minutos recebeu uma avaliação cinco estrelas pelos espectadores no site Adoro Cinema, além de nota 7,3 no Internet Movie Database (IMDB). E nessa terça-feira, dia 17 de abril, ele será exibido na sessão da Associação Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul. 

Os fatos da narrativa se passam em Nova York. Andrew “Andy” Hanson (Philip Seymour Hoffman) é um viciado em drogas cuja carreira de executivo está desmoronando. Para se livrar de uma auditoria, que demonstrará graves problemas na sua área, ele convence o irmão Hank (Ethan Hawke), que também tem problemas financeiros (deve três meses da pensão da sua filha), a assaltar a joalheria dos pais deles, Charles (Albert Finney) e Nanette (Rosemary Harris). 

Buscando resolver seus problemas financeiros, os irmãos Andy e Hank acabam com problemas ainda mais sérios

Eles são pessoas comuns que, ao se encontrarem diante de um problema financeiro, investem numa solução amoral, mas que é simples o bastante para parecer viável, até porque eles conhecem muito bem o funcionamento do estabelecimento. O grande problema são os imprevistos. No momento da ação os irmãos esperavam encontrar na joalheria apenas uma idosa funcionária, mas a mãe de ambos aparece de surpresa na hora do roubo. Para agravar ainda mais a situação, o cumplice do assalto acaba ferindo a mulher gravemente, de forma que ela acaba sendo considerada clinicamente morta. 

Diante disso, o pai (Charles) decide se vingar dos criminosos a qualquer custo sem nem imaginar que os homens que ele está caçando são seus próprios filhos. Eles, por sua vez, precisam lidar com as consequências de sua ideia. E é esse desenvolvimento dos personagens no filme outro ponto muito elogiado pela crítica. 
O diretor adotou uma estrutura narrativa que investe numa cronologia quebrada, que retorna diversas vezes aos mesmos incidentes para mostrá-los a partir de pontos de vista diferentes, e apresentando aspectos particulares das experiências para cada um dos personagens. Cheio de simbologias, ele nos mostra as motivações conscientes e conscientes que levam os irmãos a planejarem e executarem o crime.

Hank, por exemplo, é um homem inseguro que sente ter sido derrotado diante do mundo e que tem sua fragilidade explorada pelo irmão mais velho. Já Andy é alguém que deseja uma vida romantizada, uma vida que não pode ter, que não é a sua, porque ele sempre se sentiu inadequado – inclusive fisicamente – dentro da família. Dessa forma, o filme mais do que uma boa história, é também reflexivo. 

A sessão da Associação Amigos do Cinema acontece na sede do Sindibancários, a partir das 20 horas. Ela é aberta à comunidade e gratuita. 

*Com informações Adoro Cinema e Pablo Villaça (crítico de cinema)