Cristiano Silva
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Muitas vezes o talento e o gosto para escrever abrem inúmeras opções na vida. Ser jornalista é uma delas. Mas o gosto por essa profissão pode vir também com a prática e o aprendizado, como é o caso de Jacson Miguel Stülp. “No colégio eu não gostava de escrever. Fui seminarista em Arroio do Meio e lá eu era responsável por uma publicação interna com as informações do seminário. Quando saí do ensino médio fiz magistério, mas vi que não era isso que eu queria. Aí em 1993 entrei no Riovale Jornal para trabalhar como repórter de polícia e esportes, mas demorei pra pegar o gosto pela coisa”, conta Jacson, que foi entrar de cabeça no mundo do jornalismo em 1995, quando entrou para a segunda turma do curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), na habilitação jornalismo. “Ainda em 1993 fui trabalhar no esporte da Gazeta. A minha entrada para a faculdade em 1995 serviu para engrenar a minha carreira e ver que era aquilo ali mesmo que eu queria fazer”, destacou o jornalista, que se formou em 2000 na Unisc. Sua monografia teve o título de “Assessoria de imprensa em clubes de futebol”, um prenúncio do que viria a ser a carreira do jornalista no futuro.
No jornal Gazeta do Sul, Jacson trabalhou por 14 anos dentro da editoria de esportes. Em 1999, no entanto, não entrou no jornal Zero Hora por um detalhe, pois a empresa preferiu, no final da seleção para repórter esportivo, remanejar alguém de dentro da própria empresa para a vaga. Outra oportunidade de sair de Santa Cruz apareceu quando o jornalista foi convidado para integrar a primeira equipe jornalística do jornal Diário de Santa Maria, em 2000, mas preferiu ficar na cidade e sair apenas em 2007, quando trocou a Gazeta do Sul pelo jornal Informativo do Vale, de Lajeado. “Fiquei três anos no Informativo e lá cresci muito como profissional” comentou Jacson.
UNINDO FORÇAS
Nesse meio tempo trabalhando no jornal Informativo do Vale, Jacson Miguel Stülp fez uma pós-graduação em comunicação empresarial e juntou forças para criar sua própria empresa. “Numa viagem a Lajeado me encontrei com uma ex-colega, a Suzane Neumann. Comentamos o fato de que não existia uma empresa que trabalhava a comunicação de forma mais estratégica. Com isso, decidimos abrir uma empresa em 2009, a Case Marketing, que trabalha toda a parte de comunicação das empresas e engloba, desde assessoria de imprensa, até a geração de conteúdo e publicidade e propaganda”, revelou Jacson, com isso passando de jornalista de jornal impresso para a área de assessoria de imprensa e comunicação corporativa.
“É uma situação diferente, pois desde a produção do teu texto até as publicações, os passos mudam. Enquanto no jornal eu brigava para preencher o espaço com todas as notícias e informações que eu tinha, na assessoria tu precisas convencer os jornalistas e repórteres de que o teu assunto merece estar nas páginas dos jornais”, diferenciou Stülp, que ressaltou a importância de passar pelo veículo impresso antes da assessoria. “Um estudante que começa a fazer assessoria pra alguém ou alguma empresa, pode ter o melhor assunto na mão, mas ele não tem um cerne do que pode e do que deve ser melhor explorado, e isso a experiência do jornal te dá, que é procurar o melhor da notícia”, comentou Jacson, que não esquece das boas histórias que o trabalho como jornalista lhe trouxe.
“Em 2000, o Santa Cruz, que tinha na época o Sanabria e o Sotelo como principais jogadores, iria jogar no Olímpico contra o Grêmio da ISL, que tinha Ronaldinho, Zinho, Paulo Nunes, Danrlei, Roger, Marinho, e logo depois seria campeão da Copa do Brasil. O Santa Cruz saiu vencendo com um gol do Sotelo num chute do meio de campo, encobrindo o Danrlei. Só que no segundo tempo virou tudo. O Grêmio empatou num gol contra e virou com o Ronaldinho batendo um pênalti muito mal marcado pelo árbitro na época, o Márcio Coruja. Aí no outro dia colocamos o título da matéria de duas páginas da Gazeta: ‘Nem Grêmio nem Ronaldinho. Foi o Coruja’. Essa manchete, na terça-feira, foi virar assunto na coluna do Ruy Carlos Ostermann, na Zero Hora, onde ele comentou sobre o pênalti e a manchete em Santa Cruz”, destacou Stülp, que relembrou outro bom momento, aí como assessor de imprensa.
“Em 2006 o jogador Bolívar foi entregar um troféu em Boa Vista, pela Liga de Futebol Amador de Santa Cruz do Sul (Lifasc) a qual eu assessoro. Ele estava por sair do Inter e eu perguntei pra ele qual time ele iria. Ele me respondeu que iria definir naquela semana. Aquilo me bastou. Escrevi um texto sobre isso e mandei para a Zero Hora com uma foto dele entregando o troféu da Lifasc. Aquilo virou capa da Zero Hora, capa do ClicRBS e pauta da Rádio Gaúcha. Quando que a Lifasc seria capa da Zero Hora e ClicRBS ou assunto na Gaúcha? A questão é o faro jornalístico, precisa ter esse faro para ser um bom jornalista”, finalizou Jacson que, seja no jornal impresso ou na assessoria de imprensa, é um case de sucesso dentro do jornalismo.
Ana Souza

Jacson Miguel Stülp completou, em 2015, 22 anos trabalhando como jornalista














