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A esperança no pós-pandemia

Esta pandemia do novo coronavírus ascendeu diversas discussões e reflexões em nosso cotidiano modificando até mesmo o nosso pensamento. No país existe hoje uma divisão muito grande: de um lado há uma preocupação que é financeira, e não pode deixar de assim ser; de outro lado, a preocupação humana, com a vida. Aos poucos a gente vê que a preocupação com o homem está perdendo força.

Na realidade quando se olha para dentro da situação, especialmente na questão dos safreiros da indústria do tabaco, imaginando que este público já não encontra uma absorção igual no mercado de trabalho, nas atividades que não sejam do setor fumageiro, deixa esta dificuldade ainda mais saliente. Precisamos nos preocupar com a saúde orgânica e financeira deles. A chance de outras empresas absorverem esta mão de obra, que até o próximo mês estará em sua maioria já dispensada do trabalho neste ano, não está se confirmando. A crise financeira que se abateu sobre a economia é grande, e até julho, teremos 55% dos safreiros já desligados. Isto nos preocupa.

Santa Cruz do Sul só não foi mais prejudicada em sua economia, pois a indústria do tabaco está ativa. Os trabalhadores efetivos continuam atuando, recebendo seus salários, parte dos safreiros, aqueles que seguem ligados, também tem renda. A indústria do tabaco segura o município.

Mas os colegas safreiros irão sentir na pele a dureza dos tempos que se avizinham. O término de muitos contratos está sendo antecipado, outros talvez não consigam uma colocação em outras indústrias – como faziam ao término da safra do tabaco – em outros anos. Teremos um segundo semestre sombrio para estes.

A Fentifumo espera que em 2021, passada esta crise que a Covid-19 trouxe, as empresas possam contratar mão de obra, gerar novos empregos. Que os trabalhadores possam refletir sobre a importância de darem a sua contribuição e comprometimento aos seus empregos. A gente precisa olhar o fator econômico, sem descuidar do fator humano. Estas antecipações de fim de contrato têm impacto direto nestes trabalhadores que não têm oportunidade em outros segmentos. Esperamos que a economia seja retomada, que a vida possa continuar, que a saúde física seja recuperada e que possamos continuar nossa economia com segurança como sempre fizemos. Aos colegas safreiros, força!

Gualter Baptista Júnior – presidente da Fentifumo e mestre em Administração