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Bandeira amarela não representa normalidade

Região de Santa Cruz saiu de risco médio e retornou para risco baixo

Ricardo Gais
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Foto: Rolf Staihaus

O Governo do Estado realizou a sexta atualização do modelo de Distanciamento Controlado por bandeiras no sábado, 13. A região de Santa Cruz do Sul (R28) saiu da bandeira laranja de risco médio e retornou para a bandeira amarela de risco baixo para contaminação por Covid-19. Com isso, as medidas se tornam menos rígidas para o enfrentamento da pandemia, e assim, algumas pessoas acreditam que o município está fora de perigo. Conforme Rosemari Hofmeister, integrante do Gabinete de Emergências e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Cruz, a população precisa entender que a região não está entrando em uma normalidade, já que o risco da situação mudar continua.

Nesta nova atualização a região apresentou melhora em três indicadores considerados para fins de cálculo das bandeiras. Apesar de apresentar piora na variação do número de internações de casos confirmados em leitos clínicos, o efeito positivo dos demais foi suficiente para levar a região à bandeira amarela.

Com o ingresso na nova bandeira as indústrias podem voltar a trabalhar com o teto máximo de trabalhadores. Os hotéis podem oferecer mais quartos e lanchonetes, padarias e restaurantes podem atender com mais funcionários: 75%. Já o comércio varejista de rua continua operando com metade dos funcionários, como na bandeira laranja. A medida entrou em vigor na segunda-feira, 15, e se estende até o domingo, 21.

Conforme Hofmeister, “a gente precisa que as pessoas se deem conta que não voltamos à normalidade, e que não podemos pensar neste momento em flexibilizações, mas, manter a situação que a gente tem para não termos restrições nos próximos dias”. Ela também comentou que o gabinete está assustado com o alto número de pessoas circulando pelas ruas, “nós todos estamos assustados das pessoas estarem se comportando como se estivesse tudo normal. Infelizmente a gente está nesta situação onde tudo se politiza e o momento agora é de pensar nas pessoas e cuidar da economia”.

As regiões de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Santa Maria e Uruguaiana passaram de bandeira laranja para vermelha – Divulgação/Governo do Estado

A volta de Santa Cruz para a bandeira amarela, segundo a integrante do gabinete, confirma que os procedimentos e protocolos implantados para o enfrentamento da pandemia no município, têm gerado bons resultados o que permitiu nesta semana que a região esteja em uma situação diferenciada das outras regiões. “Podemos estar com nosso comércio, restaurantes e indústrias abertos. Isso só confirma que as estratégias estão sendo assertivas embora com muitas críticas”.

Hofmeister explica que “a bandeira amarela é motivo para se comemorar. No entanto, na região ouve um aumento de internações clinicas por Covid-19, o que coloca a região em alerta para que não aconteça como na região de Uruguaiana, que foi da bandeira amarela para a vermelha”.

O gabinete de emergências observa que a população e setores econômicos precisam colaborar e fazer a sua parte. “Os protocolos não foram inventados, mas sim, criados a partir de dados médicos e vigilância sanitária e epidemiológica. Cumprindo com os protocolos o risco de propagação da Covid-19 continuará sendo baixo, mas se abrirmos mão dessas regras e os nossos hospitais superlotarem, a economia fecha”, frisou Hofmeister.

A presidente da OAB destaca que há discussão para uma possível retomada do judiciário no Estado que está parado desde o mês de março. “Nestes municípios de bandeira vermelha, já não há mais essa possibilidade de serviço interno”. Outras pautas seguem em discussão no gabinete, que são para flexibilizar algumas atividades, mas Hofmeister disse que neste primeiro momento não se altera o decreto de calamidade pública. “Temos que firmar essa bandeira amarela e garantir a segurança, para isso, precisamos manter o distanciamento social, fazer o uso da máscara e evitar aglomerações”.