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Informativo da semana

Diocese: AS PORTAS FECHADAS

Caros diocesanos. Em tempos de pandemia é muito comum que os lugares de encontro social ou formas de aglomeração geral estejam fechados. Assim também acontece com nossas celebrações comunitárias, em nossos templos. É preciso adotar o mais possível o isolamento social para minimizar a transmissão do vírus que ameaça difundir-se rapidamente. Desta forma surgem as diversas orientações por parte das autoridades civis e da saúde. A população obedece, dentro do possível, assim como os responsáveis pela vida espiritual dos fiéis, evitando maior presença em celebrações nas igrejas e outros encontros da comunidade de fé.

Ao refletir sobre a Palavra de Deus do segundo domingo de Páscoa, chamou atenção especial o fato de o evangelista afirmar: “Estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’” (Jo 20, 19). Também os discípulos de Jesus trancaram as portas, não por medo de um vírus, mas temiam que os judeus fizessem com eles o mesmo que acontecera com seu Mestre, que acabara na cruz. O texto nos apresenta uma rica catequese, dentro do contexto pascal, que aqui não temos a pretensão de esgotar. Mas neste tempo de pandemia, em que as portas dos templos, por vezes, também estão fechadas, o texto nos ensina que para Deus não existem portas, paredes ou fronteiras que impeçam sua presença. E se, por acaso, existirem algumas portas ou fronteiras, elas serão lugares de encontro e não de separação. Portanto, vivemos um tempo em que é preciso ser criativo para redescobrir novas formas de encontro com o Senhor. Não sejamos como Tomé que, separado da comunidade, não reconhecera mais a presença do Senhor, entrando numa crise de fé; uma fé que dependia do ver sinais com os olhos do corpo e não com os da fé, que faz clamar: “Meu Senhor e meu Deus”!

Na experiência de reclusão em nossas casas e dificuldades de nos reunirmos nas igrejas, é importante crermos na presença do Senhor entre nós de outras formas, especialmente, quando nos reunimos em seu amor, como família orante: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali eu estarei, no meio deles” (Mt 18, 20). Sempre é tão confortante, quando podemos responder com fé: “Ele está no meio de nós!”.

Entre os meios privilegiados de encontro com o Senhor, a Palavra de Deus deve receber destaque particular, pois é Deus mesmo que fala quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja (Cf. SC 7), tornando a Palavra viva, eficaz e eterna (Cf. Is 55, 10-11; Hebr 4, 12; 1Pedr 1, 23; 1Tess 5, 24). Ela deixa de ter simples caráter doutrinário, pois nela podemos encontrar-nos com Alguém, que tem identidade, rosto e nome: Jesus Cristo, o Verbo (a Palavra) que se fez carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1, 14). Por isso a Igreja afirma: “Sempre Cristo está presente em sua Palavra… A Palavra de Deus, portanto, constantemente anunciada na Liturgia, é sempre viva e eficaz pelo poder do Espírito Santo” (OLM – Introdução Geral 4). Bento XVI acrescenta: “A Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela” (VD 3). O Documento de Aparecida igualmente valoriza a presença pascal do Senhor na celebração da Palavra de Deus: “Podem alimentar seu já admirável espírito missionário participando da ‘celebração dominical da Palavra’, que faz presente o Mistério Pascal no amor que congrega (1Jo 3, 14), na Palavra acolhida (cf. Jo 5, 24-25) e na oração comunitária (cf. Mt 18, 20)” (DAp 253).

Não fechemos as portas da fé ao Senhor, pois Ele sempre deseja estar conosco. E quando a Covid-19 não mais ameaçar, voltemos aos nossos templos que estarão de portas abertas para acolher-nos, com o Senhor e os irmãos, na forma comunitária normal.

Dom Aloísio Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul

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A vida se faz história: Junto com a festa da Ascensão de Jesus, a Igreja celebra, neste domingo, o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para marcar a data, o Papa Francisco escreveu uma bela mensagem inspirada no Livro do Êxodo (10,2): “Para que possas contar e fixar na memória”. Na introdução, o Papa destaca: “Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos”. Na Diocese, havíamos agendado um Café com a Imprensa. Por causa do isolamento social a que estamos sujeitos com a pandemia do coronavírus, mudamos a programação para uma live (conversa) do Bispo Dom Aloísio Dilli através do Facebook (www.facebook.com/mitrascs). A conversa ocorreu na manhã de quinta-feira, 21 de maio. Participam da live os padres Marcelo Carlesso e Roque Hammes.

Unidade dos Cristãos: Entre o domingo da ascensão e o domingo de Pentecostes, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) promove a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. O tema da Semana de 2020 está inspirado no Livro dos Atos dos Apóstolos (27,18-28,10), que narra a chegada de um navio de prisioneiros, entre os quais o apóstolo Paulo, na ilha de Malta, após uma grande tempestade. Na ilha eles foram recebidos com “uma benevolência fora do comum”. No comentário inicial ao texto-base, se lê: “A hospitalidade é uma virtude muito necessária em nossa busca da unidade cristã. É uma prática que nos leva a uma maior generosidade para os necessitados. (…) Nossa própria unidade cristã será descoberta não apenas mostrando hospitalidade de uns para os outros, embora isso seja muito importante, mas também através de encontros amigáveis com aqueles que não partilham nossa língua, cultura ou fé”. A frase destacada no cartaz é: “Gentileza gera gentileza”. Por causa do isolamento a que estamos sujeitos por causa da pandemia do coronavírus, as celebrações ecumênicas públicas não serão realizadas. Todos nós, porém, podemos rezar pela unidade dos cristãos em nossas casas. Mais informações: www.conic.org.br

Campanha Jovem Solidário: O Setor Jovem da Diocese está lançando a “Campanha Jovem Solidário”, com o convite aos jovens: “Ligue e cuide de um amigo durante a pandemia”. A proposta é que os jovens cuidem uns dos outros. Que liguem para outro jovem, que liguem para um amigo, para alguém que perdeu o emprego, para o vovô com o qual há tempo não conversa. Pe. Felipe afirma: “O tempo clama por solidariedade. Também nós queremos ser solidários”.

Romaria da Terra: Na quarta-feira, dia 27 de maio, às 14 horas, acontecerá mais uma reunião em preparação à Romaria da Terra, marcada para o dia 16 de fevereiro de 2021. A reunião será por meio da internet, sendo que as pessoas interessadas em participarem da reunião devem fornecer o seu número de telefone ou WhatsApp para o Maurício Queiroz: 9 9643-0119.

IECLB: EMPATIA – SOLIDARIEDADE – RESPONSABILIDADE

Para compreendermos quem é Deus, precisamos conhecer a Cristo, mas também refletir sobre o acontecimento central da história do povo de Israel: a saída da escravidão do Egito, a libertação. Deixaram de viver como escravos a mando do faraó e caminharam à terra prometida, terra de Canaã. Caminhada de 40 longos anos, com perigos, com tempos de cansaço, de fome, de saudades das panelas de carne, de seduções e enganos, como na construção do ídolo, o bezerro de ouro.

Para viver em liberdade era preciso experimentar algo novo. Os velhos paradigmas da escravidão não serviam mais. Era preciso sonhar e colocar em prática um novo modo de vida. Como fazê-lo?

O povo canta e celebra o Deus da vitória, que não vem do mundo dos mortos, nem reina poderoso sobre o mais alto monte. Eles festejam a afirmam que Deus vem do mais alto monte, montado nas nuvens, espalha os seus inimigos que desaparecem como fumaça no ar, como cera que derrete com o fogo, pois o Senhor cuida dos órfãos, protege as viúvas, dá aos abandonados um lar onde podem viver, liberta os prisioneiros para que sejam livres e felizes. Ele faz cair muita chuva e renova a terra cansada. (Salmo 68.1-10).

O fogo é um símbolo importante. Pelo fogo acontecem as mais significativas modificações. O fogo também é símbolo do amor que inflama, transforma e permanece se for alimentado.

Estamos passando por uma transformação causada por algo muito pequeno, mas poderoso, contaminador e mortal. A ordem estabelecida está ameaçada. Nada mais é certo ou seguro. Há aqueles/as que almejam o poder do deus do alto, que vai resolver tudo, que é poderoso. Mas do alto, não vê, não ouve, não sabe como as pessoas estão, o que sentem e vivem. Ele ordena para o bem ou para o mal de acordo com a sua miopia. Este não é Deus, é ídolo! Mas há também quem conta com o Deus que desce, que se fez gente e veio ao mundo e, em Jesus, nos mostra a Sua face e o Seu propósito de libertar e cuidar da vida.

Precisamos cuidar da vida, da nossa e de todas as outras pessoas. Nossos paradigmas e modelos precisam mudar. Os órfãos, as viúvas de hoje, as mulheres chefes de família precisam de amparo legal para proteger e cuidar de si e dos seus amados/as. Os abandonados, solitários precisam de lar para viver. As pessoas necessitam de trabalho digno, de sustento, de uma sociedade que tenha empatia por quem mais precisa. Nossas prisões estão cheias do nosso fracasso social e econômico, fruto de nossas ilusões e enganos.

Bem disse Gandhi: “O mundo tem o suficiente para as necessidades de todas as pessoas, mas não o suficiente para a avareza de todas as pessoas.”.

Escutemos a voz de Deus. É Ele quem nos dá força e poder para cuidar da vida e de tudo o que Ele criou. Empatia, solidariedade e responsabilidade são as palavras de ordem para um mundo novo!

Pa. Anelise Lengler Abentroth

Convite:
Neste domingo, iniciamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC).
A celebrações ecumênica será transmitida via Facebook do P. Márcio Trentini.
Acesse e celebremos juntos/as!