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Santa Cruz no foco do crescimento do turismo no RS

Além do calendário anual de eventos, Poder Público e entidades buscam explorar rotas pelo interior do município

Considerada polo no segmento de turismo de eventos, Região dos Vales atrai públicos variados para exposições e feiras, como a Oktoberfest (Crédito: Banco de Imagens/ RJ)

Luísa Ziemann
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A terceira maior festa germânica no mundo; provas automobilísticas de nível nacional; o maior festival de arte amadora da América Latina e principal encontro tradicionalista do Rio Grande do Sul; rotas pelo interior do município e tantos pontos turísticos espalhados pela cidade. Quando o assunto é turismo, Santa Cruz do Sul é literalmente um prato cheio para seus moradores e visitantes. Mas ainda há muito para ser explorado, tanto na Terra da Oktoberst como em toda a região do Vale do Rio Pardo.


Esse foi justamente o debate promovido pela Associação de Turismo do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) na última quinta-feira, 25, em encontro realizado em Vale Verde. O evento, que teve a presença dos prefeitos, gestores municipais de turismo, associados da Aturvarp e público em geral, contou com palestras do presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Leandro Arenhart, e do prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB), além da apresentação de cases de sucesso de Vale Verde e da presença do secretário estadual de Turismo, Raphael Ayub.


Hoje, o mapa turístico do Estado é formado por 11 grandes regiões e 23 microrregiões. O Vale do Rio Pardo compreende um desses agrupamentos menores, com 22 municípios e mais de 400 mil habitantes. Considerado polo no segmento do turismo de eventos, a região possui um calendário anual robusto, com feiras e exposições que atendem os mais diversificados segmentos e atraem diferentes públicos – desde o agronegócio, com a Expoagro Afubra em Rio Pardo, até o tradicionalismo gaúcho, na Festa do Cavalo e Relincho da Canção Nativa de Pantano Grande.


Para o presidente da Aturvarp, Djalmar Ernani Marquardt, o Vale do Rio Pardo ainda tem muito a ser explorado. “Trabalhamos incessantemente para colocar os 13 municípios associados (à Aturvarp) no Mapa do Turismo Brasileiro, que era o primeiro passo para que pudéssemos nos candidatar a recursos financeiros do Estado e da União”, explica. “Concluída essa etapa, estamos buscando recursos para a região através da Aturvarp e incentivando e orientando as prefeituras a buscarem recursos para os municípios a partir de projetos próprios. Já fomos contemplados com recursos através da primeira etapa do Avançar no Turismo, do Estado, e apresentamos projetos para a segunda etapa.”


O presidente destaca que os bons números dos eventos já promovidos são a prova viva do potencial turístico existente. “Podemos destacar a Oktoberfest, o Enart e as diversas provas automobilísticas promovidas no autódromo em Santa Cruz. Outros municípios do Vale do Rio Pardo também estão retomando a realização de suas feiras municipais, como a Fenachim (Venâncio Aires), Expocande (Candelária), Exposin (Sinimbu), Festa da Produção (Vera Cruz), o que demonstra aos visitantes a pujança e o desenvolvimento econômico da região.”


O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Cruz, Marcio Martins, lembra que, além dos eventos do município, outros atrativos devem chamar a atenção de turistas ao longo de todo o ano e manter a visitação sempre viva. “Nossos parques e praças, autódromo, Parque de Eventos, Lago Dourado, Túnel Verde, o calçadão (da Rua Marechal Floriano), que já está quase pronto”, destaca. “Há também a Rota Germânica e a rota Caminhos do Interior, que também nos dão uma noção muito boa do que podemos encontrar de turismo rural.”

AMPLIAÇÃO DO SETOR

Um dos fatores fundamentais para atrair ainda mais visitantes à região é a criação do centro de eventos de Santa Cruz, cujas obras deverão ser concluídas nos próximos meses. “Para isso, estamos desenvolvendo a criação do Santa Cruz do Sul Convention & Visitors Bureau, escritório que será responsável pela prospecção e atração de grandes eventos, de forma a otimizar ao máximo a nova estrutura de eventos disponível”, antecipa o presidente da Aturvarp.


Marquardt destaca ainda que, com a implantação do centro de eventos, será preciso ampliar tanto a quantidade de leitos na rede hoteleira quanto a diversidade de locais de alimentação. “Teremos que proporcionar novos e interessantes pontos de visitação e atrativos turísticos. Para isso é interessante buscarmos empreendedores que queiram participar deste novo momento de desenvolvimento econômico da região”, ressalta.


Para que todo o investimento em turismo valha a pena, o chefe da pasta de Turismo do município salienta que é necessário sinergia com os empreendedores locais e a própria população. “Precisamos nos unir um pouco mais. Bares, restaurantes, lojistas, agências de turismo receptivo. Divulgar mais nossas belezas do interior, incentivar o turismo rural”, reitera Martins.

“Infelizmente a maioria da nossa população não conhece nosso interior, que não deixa nada a desejar para as paisagens da Serra Gaúcha. Convido todos a realizarem a Rota Germânica de Rio Pardinho, subir até Alto Paredão e apreciar as paisagens que temos, conhecer nossas pousadas que estão instaladas na zona rural.”

Cicloturismo
Pedalar apreciando as belezas que somente o interior do município proporciona virou o hobby de muitas pessoas. A vegetação nativa, montanhas e cerrados se tornaram companhia para os ciclistas que aproveitam o momento do pedal para se exercitar, relaxar e desbravar novos caminhos. Pensando nisso, rotas de cicloturismo estão sendo mapeadas pela Prefeitura de Santa Cruz para valorizar as belas paisagens das localidades que cercam a zona urbana e também garantir segurança na hora da prática esportiva.


De acordo com Marcio Martins, o layout do material e as placas de identificação estão em fase final de produção. “Acreditamos que, até final do ano, a gente consiga lançar pelo menos seis roteiros de cicloturismo pelo interior”, antecipa o secretário municipal de Turismo. O presidente da Aturvarp acrescenta que, no mesmo sentido, a entidade apoia, juntamente com o Santa Ciclismo, a Emater, a Unisc e o Sicredi, o Circuito de Cicloturismo Raízes Coloniais. “Neste circuito, o trajeto de cerca de 320 quilômetros passa pelo interior de nove dos municípios associados e deve ser disponibilizado aos cicloturistas nas próximas semanas.”