Início Geral STR: 59 anos na luta pelos direitos dos trabalhadores do campo

STR: 59 anos na luta pelos direitos dos trabalhadores do campo

Renato Goerck: “Sindicato conta com mais de quatro mil associados”

Quinta-feira, 1º de julho, é motivo de orgulho para a classe de trabalhadores rurais. Foi nessa data que, em 1962, surgiu o atual Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), tendo como missão representar a categoria dos trabalhadores e agricultores que exerçam suas atividades no meio rural. A estrutura da entidade, que completa 59 anos, é formada por seis unidades de atendimentos em escritórios e mais quatro lojas agropecuárias.


“A caminhada foi de muitas conquistas e graças a união dos agricultores, o sindicato conseguiu se manter forte com mais de quatro mil associados em dia. Diante disso foram viabilizadas estruturas físicas e humanas nos quatro municípios, para que os associados e comunidade geral possam usufruir as suas demandas”, enfatiza o presidente do STR, Renato Goerck.

Entre os diversos benefícios aos associados, o sindicato oferece todos os serviços de sua necessidade, desde documentos relacionados à terra quanto declarações, previdência, Pronaf, saúde, habitação, educação do campo, assessoria jurídica e contábil, trabalho de base como reuniões, eventos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) através de cursos informativos e profissionalizantes. Oferece ainda assistência veterinária, além de grande portfólio de produtos agrícolas através das lojas agropecuárias.

Goerck tem sua trajetória ligada ao STR desde 1998. “Integrando a diretoria do sindicato como suplente, já em 2007 comecei a atuar como segundo tesoureiro. Em 2010 como tesoureiro e em 2014 assumi a presidência sendo reconduzido em 2018 cujo mandato vai até 11 de agosto de 2022. Alusivo aos 59 anos e rumo aos 60 faremos encontros em todos os municípios, começando no dia 6 de julho aqui em Santa Cruz do Sul, convidando nossos parceiros para mostrar um pouco da trajetória do sindicato e confraternizar com eles esse momento histórico, respeitando os protocolos da saúde do momento”.


TRAJETÓRIA

No início haviam dois sindicatos que representavam praticamente a mesma categoria. Ambos foram fundados em 1º de julho de 1962, um sindicato pertencia aos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária e o outro era dos Trabalhadores Autônomos de Santa Cruz do Sul. O primeiro englobava os trabalhadores rurais, meeiros, arrendatários e filhos de agricultores. No Sindicato Autônomo, a participação unicamente dos pequenos proprietários de Santa Cruz do Sul. A fundação ocorreu no mesmo dia e, em 23 de julho de 1963 houve a fusão dos dois sindicatos. O dos Autônomos fez uma Assembleia extraordinária e, naquele momento foi criado um só sindicato, denominado Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).


Posteriormente houve a alteração do nome para Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras. Os dois continuaram funcionando até chegar a carta sindical do Ministério do Trabalho, o que ocorreu em outubro de 1965, indicando o nome de Sindicato dos Trabalhos Rurais de Santa Cruz do Sul. Na época, havia uma portaria, a de número 40, onde só poderia existir um sindicato em cada cidade, daí a necessidade da unificação.

Momentos que marcaram a história

A primeira diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária era composta por Orlando Paulo Schaefer na presidência; secretário, Sílvio José Backes; tesoureiro, Harry Vogt; suplentes, Olíbio Morsch, Guido Rabuske e Júlio João Giehl. Já no Sindicato dos Trabalhadores Autônomos, o primeiro presidente foi Antônio Vunibaldo Eick; tesoureiro, Pedro Sehnem e secretário, Emílio Machado.

Sede do STR será remodelada e seguirá a arquitetura
das demais entidades localizadas na região


Com a fusão, a primeira diretoria oficialmente registrada no Ministério do Trabalho e que concorreu como chapa única tinha na presidência Orlando Paulo Schaefer; secretário, João Sebastião Wagner e tesoureiro, Emílio Machado. Os efetivos do conselho fiscal eram Albino Pedro Sehnem, Itmar Iserhard e Arlindo Goldschmidt. Na suplência, estavam Eufrásio de Melo, Guido Lauermann e Roque Paulus. A delegação federativa era composta por Orlando Schaefer, João Sebastião Wagner e Emílio Machado.


Mais um marco importante ocorreu em 1987, na época Pedro Oswino Etges era o presidente e Heitor Schuch secretário. Foi lançada a campanha para a mulher ser sócia. Para facilitar, o valor da unidade foi rateado entre o casal e desde então muitas mulheres passaram a integrar o quadro social. Outra luta importante, o reconhecimento da mulher como trabalhadora rural e a inclusão de seu nome no bloco do produtor do marido; essa inclusão a habilitou aos benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio doença, acidentes de trabalho e salário maternidade.


O Sindicato iniciou os seus trabalhos com o apoio da antiga Caixa Rural de Santa Cruz do Sul, hoje Sicredi. O funcionamento era numa sala dos fundos da Caixa, em turno único das 13h30 às 17h. Destaca-se apoio decisivo de Leopoldo Morsch e José Avelino Junges, diretores da Caixa Rural. Morsch presidiu a Assembleia de fundação. Outra lembrança marcante do STR é de o presidente do Sindicato dos Autônomos, Antônio Vunibaldo Eick, que emprestou 50 mil réis, metade para cada sindicato para fazer frente à despesa inicial, como registro e encaminhamento de papéis. As igrejas católica e evangélica deram grande contribuição para semear e implementar a ideia do sindicalismo no meio rural.


Com o crescimento da nova entidade, os agricultores aderiram às campanhas que eram realizadas no interior todo o fim de semana com a diretoria percorrendo as localidades, levando as mensagens otimistas e de incentivo ao sindicalismo. Com o crescimento do quadro social houve a necessidade de ocupação em novo local. O andar térreo do Centro Social Diocesano da Mitra foi alugado. No mesmo local foi instalada a farmácia veterinária, que desde a época até hoje se constituiu em mais uma fonte de receita do sindicato. Por cerca de quatro anos, o STR funcionou na Mitra Diocesana, só saindo de lá para se instalar definitivamente, no prédio na Ramiro Barcelos, 1.054, onde permanece até hoje.