Alyne Motta – [email protected]
De uma simples participação resultou um prêmio. Quando Lúcia de Figueiredo decidiu entrar no concurso de Customização do Papai Noel, realizado durante a Christkindfest para decoração da Praça da Bandeira durante o período natalino, não imaginava que seria a vencedora.
Junto com outras três artesãs, Jeni Celizzon, Delmira Hoffmann e Terezinha Reinicke, decoraram quatro estruturas do bom velinho, ficando ao final, cada uma responsável por uma delas. Por ironia do destino, o de Lúcia foi o que chamou a atenção dos jurados e, consequentemente, premiado.
“Nunca imaginei vencer. Participamos para deixar a Praça mais bonita no Natal”, declara a artesã, ainda um pouco assustada com a notícia. “Não tinha ideia de que ele se destacaria entre os outros. É uma ótima forma de incentivo”, complementa Lúcia, satisfeita com o resultado.
Quando perguntada sobre o que considera destaque no seu Papai Noel, a artesã não sabe responder. “Não tem nada de diferente”, explica. “Acredito que seja a simplicidade do trabalho produzido e as cores que usamos”. A peça levou dois dias para ficar pronta.
Lúcia também participou da decoração criada na Praga Getúlio Vargas, junto com outras artesãs. “Foi gratificante ver as pessoas apreciando o trabalho que realizamos, mas o que mais nos deixou surpresas foi ver o cuidado que a população teve em não mexer nem estragar”, comenta.
Integrante da Associação de Artesãos de Santa Cruz do Sul há oito anos, faz do artesanato sua vida. “Sempre fiz alguma coisa ou outra e, quando deixei de trabalhar na indústria, passei a me dedicar exclusivamente ao artesanato, tanto que hoje ele é o meu sustendo”, declara Lúcia.
Hoje, a artesã faz de tudo um pouco. “Tenho trabalhos de crochê, bordados, pintura, bonecos de tecidos e também patchwork, que é o mais procurado”, comenta. Em um ateliê montado com sua irmã, (Rua João Pessoa, 1019), produz uma quantidade bem grande de encomendas.
Segundo ela, mais do que um trabalho bonito, o que chama a atenção das pessoas são a qualidade e o acabamento. “Torna-se bastante cansativo produzir tantas peças, mas no momento que ganhamos um elogio ou o nosso trabalho é reconhecido, é possível perceber que vale a pena”, explica Lúcia.
Para levar o que produz adiante, a artesã tem presença cativa em vários eventos. “Não adianta confeccionar peças se elas não forem vista pelas pessoas”, garante ela, que participa religiosamente do Brique da Praça e também exponho na Getúlio Vargas aos sábados.
“Acho que todos têm espaço, basta fazer um trabalho bem feito”, comenta a artesã sobre a quantidade de pessoas que trabalham com o artesanato. “O importante não é competir entre si, mas se unir para que possamos nos fortalecer e ganhar cada vez mais espaço” acrescenta.
Alyne Motta
Dois dos Papais Noeis confeccionados pela artesã
