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Uma banda que leva o nome de Santa Cruz

Foto: Jô Nunes
Uma das marcas da banda é a animação nos palcos em que toca

É motivo de orgulho para os santa-cruzenses ter uma banda que leva em sua essência o nome do Município. A Super Banda Santa Cruz surgiu em meados de 1990 através de um grupo de amigos. E lá se vão mais de 30 anos de estrada. O objetivo era tocar bandinhas, assim recebeu a primeira denominação de Bandinha Santa Cruz, em homenagem à cidade que é berço da colonização alemã. Sem perder o foco nas músicas germânicas, foi inserindo em seu repertório músicas anos 60, bailão, rock nacional e internacionais que marcaram época, passando a tocar estilos ecléticos, para animar jantares de casais, formaturas e demais eventos sociais para clubes.

Foto: Ana Souza
Super Banda Santa Cruz fez parte das noites especiais do Viva o Natal no Munchen


Vários momentos marcaram a trajetória, entre eles a participação em um concurso de bandas no Domingão do Faustão, chamado Garagem do Faustão. “Em uma época em que as bandas de forró estavam fazendo bastante sucesso, a Super Banda Santa Cruz enviou um vídeo e a música Na Gandaia foi a vencedora do concurso, tornando-se um sucesso nacional. A banda passou a ser conhecida como o ‘Forrozão do Sul’. Dentre as existentes no Município, se destacou por levar o repertório germânico e o nome de Santa Cruz para os quatro cantos do País. Fizemos shows nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e em alguns países do Mercosul. Nessas viagens, havia uma troca cultural, dando conhecimento ao grupo sobre diversas culturas do nosso País”, relembra Silvia Jeovani Schneider, sócia proprietária e administradora da banda.


No decorrer do caminho, muitas bandas surgiram e houve dificuldade de mercado, frisa Silvia. “Com muitas novas bandas surgindo e pela oferta e procura, financeiramente não estava valendo a pena tocar bailão. Aos poucos a banda foi voltando a executar o repertório germânico e no momento podemos afirmar que é uma banda exclusivamente germânica, fazendo eventos culturais pelo País. Atualmente, vem se destacando pelas paródias de músicas que estão fazendo sucesso, e pelas letras engraçadas escritas pelo vocalista Jackson Rodrigo Elesbão”, conta Silvia.


Ao longo da caminhada, foram gravados seis CDs e dois DVDs. Algumas músicas marcaram a trajetória e ficaram entre as mais tocadas nas Rádios. Entre elas, História de Amor, Minha Metade, Na Gandaia, O Nome Dela é Tulce (paródia de O Nome Dela é Jeniffer), Alemon Preferido, Alemon Popaion, Pai da Alemoa (paródia do Cabeça Branca), Pailon do Fritz (que é meme do caixão) e Oh Frida (paródia da música Rita).


“Essas são as mais lembradas. Estamos trabalhando para permanecermos no mercado de eventos germânicos com as paródias e a animação no palco, trabalhando com um projeto itinerante”, destaca Silvia.


Para ela, a vinda da pandemia foi um teste de superação para os integrantes, como todos os profissionais de eventos. “Cancelaram todos os contratos, e infelizmente ainda estamos vivendo um momento de incertezas com relação ao futuro. Realizamos, durante a pandemia, algumas lives, sem remuneração, e projetos culturais da Oktoberfest de Santa Cruz do Sul. O retorno foi em outubro quando houve uma troca de energia com o público, fazendo acreditar que tudo voltaria ao normal”, destaca Silvia.

SAUDADES

Falar em Banda Santa Cruz é lembrar também de um momento marcante para todos que a conhecem e também para os integrantes. Em fevereiro de 2020, aos 52 anos, o esposo de Silvia, fundador da banda, Paulinho Schneider veio a falecer após sofrer uma descarga elétrica. O incidente ocorreu na chácara da família, em Linha Cereja, interior de Arroio do Tigre. “Foi uma perda irreparável, pois ele era o patrão, o motorista, o trombonista, o pai, o conselheiro e o amigo. Impossível falar sobre a Super Banda Santa Cruz sem lembrar dele. Tenho vários depoimentos dos músicos que passaram pelo grupo e trabalharam com ele em um projeto que fiz para homenageá-lo. Seguimos em frente por ele, pois as raízes estão aqui comigo e com nosso filho Michael Schneider, que também integra a equipe”, salienta Silvia.

Fotos: Divulgação/RJ
Silvia: “A Banda segue com os aprendizados do Paulinho Schneider”
Silvia com o filho Michael Schneider: alicerces da Santa Cruz

Conheça os integrantes da banda

Marcelo Dirlon Mueller – trompete
Jeferson Silveira – guitarra
Jacson Rodrigo Elesbão – vocal
Anderson Hoesel – bateria
Eduardo Junior Bencke – teclado e gaita
Maikon Weslei de Morais Silveira – trombone
Alex Gustavo Frantz – baixo
Gabriel Lisboa Souza – baixo tuba
Eduardo Rafa Silveira – trompete
Michael Schneider – sócio proprietário e som
Silvia Schneider – sócia proprietária e administradora da banda