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Fortalecimento da agricultura familiar

Muitos jovens est‹o permanecendo no campo e investindo na agricultura familiar

Rosibel Fagundes
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A realidade de muitos jovens que residem no campo está mudando. Ao invés de buscarem na cidade uma vida com mais qualidade e sucesso profissional, muitos estão permanecendo no campo e investindo na agricultura familiar, como fizeram seus antepassados. É através do acesso à educação que eles estão aprimorando seus conhecimentos e fortalecendo este trabalho. Segundo o coordenador Institucional da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) João Paulo Reis Costa, é preciso fortalecer e garantir políticas públicas para que elas cheguem até os jovens do campo de forma eficaz. “Temos atualmente mais de setenta escolas do campo fechadas. Outro problema é o acesso de estradas para escoar a nossa produção. Temos deficiência na energia elétrica o que torna um empecilho para aumentar a produção o que consequentemente impede os produtores de adquirirem equipamentos de maior potência. Precisamos avançar muito neste sentido. Mas, apesar de tudo isso, temos um cenário positivo no que diz respeito à organização das entidades. Temos um número expressivo de agroindústrias familiares e precisamos avançar e muito na melhoria das políticas públicas e ter um Pronaf fortalecido. Se a agricultura familiar não ir bem no Vale do Rio Pardo, a região terá dificuldades financeiras em todos os sentidos. Temos muitos desafios pela frente. E precisamos fortalecer a agricultura familiar e as entidades que colaboram para seu progresso, é estratégico para que a gente possa de fato ter motivos de comemorar o dia do colono, especialmente por entender que este colono é o principal braço que sustenta a nossa região”, afirmou.

Atividades aprendidas em sala de aula est‹o sendo aplicadas em propriedades rurais

Como forma de contribuir ainda mais com o aperfeiçoamento dos estudantes matriculados no ensino médio da Efasc, em agosto a entidade vai ampliar as vagas para contratações do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, voltadas a estudantes do curso Técnico em Agricultura, que segue a proposta da Pedagogia da Alternância (PA). O programa conta com a contribuição do Programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação (Arise), Japan Tobacco International (JTI) e Winrock Internacional, com assistência da Superintendência Regional do Trabalho/RS. De acordo com o professor João Paulo Reis Costa será uma oportunidade de o jovem fazer o curso médio e técnico e receber um valor que poderá ser empregado em investimentos na sua propriedade. “O programa busca incentivar o aluno a colocar tudo aquilo que ele aprendeu em prática. Desta forma, as empresas que tem que cumprir cotas de aprendizagem poderão contratar os nossos jovens e o valor pago por elas, vai garantir que o aluno siga estudando na escola e fazendo o processo de aprendizagem na propriedade. O programa que ainda é piloto, está sendo visto como uma possibilidade de o jovem fazer o curso médio e técnico na Efasc e com este valor que receberá como jovem aprendiz do campo poderá utilizar em investimentos na propriedade”.
Serão 65 vagas para contratos de aprendizagem, divididas em duas turmas. Uma delas com início no dia 19 e a outra no dia 26 de agosto. Atualmente a Efasc conta com 129 estudantes em processo de formação, sendo 91 matriculados no Ensino Médio e Técnico em Agricultura e 38 em estágio curricular obrigatório para obtenção do diploma de técnico.

Jo‹o Paulo Reis Costa:

EM NÚMEROS

Atualmente a região dispõe de aproximadamente 1 mil famílias que produzem alimentos para a comercialização, são:
*6 cooperativas familiares;
*13 feiras com produção de orgânicos;
*140 agroindústrias familiares