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Conversando um pouco sobre o processo de fazer Análise

Por que ir num Psicólogo? 

Para Carl G. Jung, criador da Psicologia Analítica, também conhecida como Psicologia Junguiana, o processo terapêutico é um processo educativo no qual o paciente é convidado a renunciar às ilusões que tem a seu próprio respeito, para deixar brotar algo muito mais profundo, maior e mais belo dentro de si. 
As pessoas, quando educadas do ponto de vista da alma, desenvolvem um conhecimento mais profundo acerca de si mesmas, reconhecendo a importância do amor-próprio e, fazendo desse sentimento a base de orientação para suas escolhas frente a vida. 
O autoconhecimento também leva a uma diminuição das projeções, onde paramos de culpar os outros ou a própria vida por aquilo que nos chega enquanto experiências. 
Enquanto houver uma mancha negra na vidraça de uma janela, uma sombra será projetada. Assim fazemos também com aquilo que não reconhecemos dentro de nós mesmos, projetando nas coisas e pessoas que se encontram ao nosso redor. Acabamos não percebendo que é o nosso reflexo que se impõe a nós mesmos sem o percebermos! 
Se possuis algo a resolver, o faça o quanto antes, pois quanto mais limpa a janela, mais ela poderá brilhar, sem a necessidade de refletir naqueles que nos acompanham em nossa jornada.
O papel da psicoterapia, portanto, é muito mais amplo do que a recuperação de traumas passados, ela é também um libertador de padrões internos que nos aprisionam, pressupostos falsos que precisam ser reelaborados e que muitas vezes nos impedem que vivamos de maneira mais plena a nossa vida. 
Clarissa Pinkola Estés, em seu livro A Ciranda das Mulheres Sábias, nos conta uma conversa extremamente profunda que em algum momento ao final de nossa jornada teremos com a nossa ‘alma’; conversa esta que reflete sobre a importância desse processo de escolhermos com muito cuidado a maneira pela qual nos colocamos frente a nós mesmos e o mundo: 
“Ah, minha Criatura admirável… Seja bem-vinda… Entre, entre… Estou esperando por você e pelo seu espírito! Fico feliz por você ter conseguido encontrar o caminho… Venha, sente-se comigo um pouco. Pronto, vamos fazer uma pausa, deixando de lado todos os nossos ‘inúmeros afazeres’. Haverá tempo suficiente para todos eles mais tarde… 
Em um dia distante, quando chegarmos as portas do paraíso, posso lhe garantir que ninguém vai nos perguntar se limpamos bem as rachaduras na rua. O que é mais provável, é que no portal do paraíso queiram saber com que intensidade escolhemos viver; não por quantas ‘ninharias de grande importância’ nos deixamos dominar (…).” 

Ramona Schoerpf – Psicoterapeuta Junguiana – CRP – 07 12172