LUANA CIECELSKI
[email protected]
A Polícia Civil divulgou na manhã da última sexta-feira, dia 24 de agosto, o nome do acusado de ter matado a jovem Francine Ribeiro, no dia 12 de agosto. De acordo com os delegados que investigam o crime, Lisandra de Castro de Carvalho da Delegacia da Mulher e Luciano Menezes, Delegado Regional, há provas concretas de que Jair Menezes Rosa, um homem de 58 anos, aposentado e morador das redondezas do Lago Dourado, foi o autor do crime.
Segundo eles, chegou-se a identidade do criminoso graças a duas testemunhas que viram o suspeito saindo, no fim da tarde daquele domingo, de uma trilha que leva às margens do lago e ao local onde a jovem foi encontrada. Segundo relatos da família do suspeito, ele costumava ter um comportamento bastante agressivo em casa, mantendo a mulher e a filha praticamente em prisão domiciliar. Naquele domingo, Dia dos Pais, o homem teria causado uma confusão durante o almoço e após isso teria saído para caminhar utilizando uma roupa camuflada que ele costumava vestir em suas incursões no meio do matagal próximo. Ele voltou apenas no fim da tarde, por volta das 17 horas, quando foi visto pelas duas testemunhas. “Em seu relatos, a mulher e a filha não se mostrara surpresas por ser ele o autor do crime”, disse Lisandra.
Segundo a delegada, amostras de sêmen encontradas na vagina, no umbigo e nos seios de Francine foram compatíveis com amostras de DNA cedidas por Jair. Também foi compatível com o DNA do acusado, o material genético de um pelo encontrado na coxa de Francine. A delegada acredita ainda que o crime teve como motivação a violência sexual, e que Jair teria matado Francine para que sua identidade não fosse divulgada.
Durante um cumprimento de mandado de busca na casa do acusado, a Polícia Civil encontrou e apreendeu a roupa camuflada que ele costumava usar nas caminhadas, um calçado e uma mochila que ele estaria usando no dia do crime e um pedaço de tecido – que parece ser uma camiseta rasgada – que tem grande semelhança com o tecido encontrado amarrado nos pulsos da vítima. Num primeiro momento, trabalha-se com a possibilidade de que Jair tenha cometido o crime sozinho.
Jair teve sua prisão preventiva decretada e foi preso na manhã de sexta-feira. Apesar das provas genéticas, ele alegou inocência. Na tarde de sexta-feira, ele ainda foi ouvido pelo polícia, numa tentativa de que confessasse o crime revelando mais detalhes e depois foi encaminhado para o Presídio de Candelária. Lá ele deverá permanecer até a finalização do inquérito. A delegada acredita ainda que ele também deverá aguardar o julgamento na prisão. Jair tinha antecedentes criminais da década de 1990, quando permaneceu preso, durante um período, por roubo.
INVESTIGAÇÃO CONTINUA
Apesar de o suspeito já ter sido identificado e já estar preso, a investigação ainda deverá continuar durante alguns dias, porque ainda há algumas questões a serem resolvidas. Uma delas é a análise de mais materiais genéticos encontrados na roupa de Francine. “A perita se pronunciou informalmente de que há material para pesquisa e nos próximos dias será feito o confronto desse material genético com o DNA de Jair, a fim de verificar se é dele também”, informou Lisandra. Acredita-se que sim, porém, a hipótese de um segundo envolvido só será descartada depois que sair o resultado do exame.
Também continuarão sendo buscados os pertences da jovem que sumiram no dia do crime, como o celular. “Faremos uma busca intensa pelos pertences”, disse a delegada. “Estamos fazendo uma análise dos pontos em que o celular foi acionado após o crime. É um trabalho de difícil, demorado, mas que já no começo nos deu um norte. Nós já temos alguns elementos que serão apurados mais aprofundadamente durante a finalização da investigação, mas que nos sugerem que ele (Jair) tinha contatos já do outro lado do lago, em Santa Cruz, e que por isso há essa movimentação de pontos captados pelo GPS”.
No dia do crime ela também tinha anéis, brincos, além de um óculos e dos fones de ouvido que também não foram encontrados. Outro mistério envolve a calcinha da jovem. A análise da perícia indicou que ela quando o corpo foi encontrado estava usando as calças, mas não a calcinha. Antes de sair de casa, porém, ela se trocou na frente da mãe, que viu ela usando a peça íntima. Dessa forma, a polícia acredita que o autor do crime tenha tirado a roupa da vítima para cometer o ato sexual criminoso, e que depois vestiu apenas as calças novamente. “Ele deve ter acreditado que sumindo com as calcinhas ele impediria sua localização”, apontou Lisandra.














