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Black Friday: Os cuidados que o consumidor precisa ter

Compras em lojas físicas deve aumentar na Black Friday deste ano

Grasiel Grasel
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Na próxima sexta-feira, dia 29, acontece a 9ª edição brasileira da Black Friday, data conhecida pelos descontos que o varejo dá em especial pela internet, mas também pelos diversos casos em que o desconto oferecido não condiz com o que é publicizado, criando o termo pejorativo “Black Fraude”. Neste ano, de acordo com o Movimento Compre & Confie, a expectativa é chegar a uma arrecadação de R$ 3,5 bilhões, que representa um aumento de 19%. Os brasileiros deverão realizar 5,8 milhões de pedidos gastando em média R$ 600 em suas compras, isto em relação apenas às lojas online. 
Segundo uma pesquisa realizada pela Provokers em contrato com o Google, este será o primeiro ano desde a primeira edição oficial da Black Friday no Brasil que a intenção de compra dos consumidores está dividida entre lojas físicas (37%) e online (38%), com 25% dos entrevistados afirmando que fariam compras em ambas as opções. Nos últimos anos, o varejo da internet costumava ficar no mínimo 10 pontos percentuais acima na mesma pesquisa.
A advogada Angeline Kremer Grando, especialista em Direito do Consumidor da equipe BVK Advogados, recomenda que o cliente seja cauteloso na hora de escolher a loja online onde pretende comprar. No entanto, é importante que o lojista também garanta que oferecerá um serviço coerente e dentro das leis e normas vigentes, pois, “situações duvidosas são judicialmente interpretadas a favor do consumidor, que é a parte vulnerável na relação de consumo”, alerta.

Angeline: 'Se você não comprou em loja física, poderá cancelar sua compra em até sete dias'

Para garantir uma maior segurança nas compras, a advogada orienta que o consumidor utilize ferramentas online de controle de reputação de lojas. “Vale uma pesquisa prévia, para conhecer os principais golpes aplicados nos últimos anos e, com mais facilidade, identificá-los e assim preveni-los”, orienta. Boas opções, neste caso, são o site “Reclame Aqui” ou a lista negra do Procon-SP, que lista sites de e-commerce com altos índices de reclamações.
Uma forma de assegurar que o consumidor esteja pagando um valor realmente promocional na internet, de acordo com a especialista, é utilizar sites comparadores de preços, que mostram o histórico da etiqueta dentro do período de um ano, como Zoom, Buscapé ou o Bondfaro, afinal, nem sempre as etiquetas chamativas, com grandes porcentagens de desconto, são verdadeiras.
Outra dica importante é manter em mente que, no caso de compras online ou por telemarketing, existe uma regra que garante o direito de se arrepender de uma compra. “Se você não comprou diretamente na loja física, poderá cancelar sua compra em até sete dias a contar da entrega do produto, mesmo que ele não apresente vício ou defeito”, explica.
No caso dos lojistas, é bastante importante que estes conheçam da melhor forma possível o Código de Defesa do Consumidor, pois, dessa forma, as chances de evitar erros são maiores. “O conhecimento efetivo do que a lei prevê permite um atendimento mais rápido às demandas do consumidor e a solução imediata de controvérsias, o que, por consequência, evita a judicialização de problemas simples”, explica a advogada, que também diz que boa parte dos casos poderiam ser resolvidos com um diálogo entre a loja e o cliente.

Perguntas que todo consumidor deveria fazer antes de comprar online
• Este é mesmo o preço mais barato que consigo encontrar?
• Este preço não é baixo demais para um site desconhecido?
• Como está a reputação desta loja?
• Este site tem certificado de segurança para meus dados?
• Se eu comprar parcelado, os juros não vão tornar o produto mais caro?
• Vou receber um comprovante da compra para garantir meus direitos?