Chimarrão e carne combinam sim: A tradicional roda de chimarrão feita entre os gaúchos é conhecida e copiada em várias partes do Brasil. Além de ser feita para degustar o mate, também é realizada antes de iniciar o churrasco, já que a erva abre o apetite.
“Churrasco, bom chimarrão, fandango, trago e mulher, é disso que o velho gosta, é isso que o velho quer”, assim é a letra da música que Berenice Azambuja compôs juntamente com Gildo Campos no disco “Romance de Terra e Pampa”, lançado em 1980.

O Churrasco
Prato típico do nosso estado, o churrasco reúne uma legião de fãs no Brasil e no mundo, e possui algumas peculiaridades sobre seu histórico e preparo. Se um dia alguém te oferecer um “Vazio”, fique tranquilo. A carne, conhecida também como fraldinha, é uma das mais degustadas nas mesas gaúchas.
O ideal é assar a carne quando a brasa estiver bem vermelha, e não na labareda. Além disso, a distância entre a carne e a brasa fazem toda a diferença na hora de assar. Recomenda-se que ela esteja a uma distância de 40 a 60 cm da brasa. Mas, se o propósito é grelhar a carne, o ideal é que ela fique a uma distância de 15 cm da brasa.
A ideia do rodízio surgiu nos Pampas. Antigamente, cada corte de carne era oferecido individualmente, como prato único. A história conta que em uma churrascaria do Sul, o sistema nasceu por causa de um atrapalhado garçom. Ao entregar as carnes às mesas, ele trocou os pedidos, oferecendo a picanha a quem havia pedido costela, a maminha a quem solicitou o cupim e assim por diante, generalizando a confusão. Para acalmar o ânimo dos clientes, o dono da churrascaria, resolveu passar todas as carnes em todas as mesas e cobrar um preço único pelo almoço. Estava descoberto o rodízio, um sistema de sucesso e que agrada a todos.
Entre as sobremesas mais pedidas pelos gaúchos para degustar após o churrasco estão o pudim, o sagu de vinho e o Chico Balanceado. Este último consiste em merengue, caramelo e doce de banana. Além desses, pêssego em calda e doces em compotas são muito bem-vindos para comer depois de todo o rodízio de carne.
O Chimarrão
O Chimarrão é tão importante na história do nosso Estado que foi oficializado como a bebida símbolo do Rio Grande do Sul, por meio da lei nª 11.929 de 20 de junho de 2003, pela Assembleia Legislativa. E esta mesma lei oficializa o churrasco como prato típico, por ser outra paixão dos gaúchos.
O Chimarrão surgiu ainda na época dos Guaranis, quando um chá era feito com as folhas da planta “Ilex paraguariensis” – nome científico da Erva Mate. Uma das lendas muito famosas em torno do “tomar o primeiro mate” surgiu com o fato de que a bebida era utilizada para envenenar outras tribos. Assim, com o cevador tomando a primeira cuia, e só após passando adiante, prova que o mate não contém substâncias tóxicas.
Outra lenda interessantíssima explica o costume ainda hoje utilizado por muitos: o de cuspir fora o primeiro mate. Por ser o chimarrão uma bebida com efeito estimulante, acreditava-se que quem o tomava ficava com o “diabo no corpo”. Assim, cuspir fora aqueles primeiros goles do mate ajudava a eliminar o “efeito diabo” da bebida.
Tomar mate solito é bom também! Um momento louco de especial para pensar na vida, devagarito, e o degustando sem pressa… já que não tem ninguém na roda psra ficar xingando que o mate tem que andar…
Aqui no Rio Grande do Sul, o chimarrão é tomado quente mesmo até no verão! Gaúcho que é gaúcho carrega no bolso o lenço da tirana para secar o suor enquanto toma aquele mate bagual de 70ºC no verão de temperatura acima dos 30ºC. Não tem frescura não!
O cevador (pessoa que faz o mate) tem o compromisso de cuidar da roda e servir o chimarrão na ordem certa! E o mais importante: não vale tomar um, passar um a diante, tomar mais um, passar o outro adiante… não pode bobear que os parceiros de prosa não perdoam.
Aqui no Rio Grande é assim mesmo! Mate no trabalho, no dia de folga, mate para lagartear no sol, mate na faculdade, mate na casa da vó, na vizinha, mate antes do churrasco no domingo, nosso símbolo de hospitalidade, de amizade, e de amor pela cultura Sul-Rio-Grandense. Lembrando que em tempos de Covid-19 é cada um com a sua cuia!














